quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da Brevidade do tempo

A vida é engraçada... corremos para ter mais tempo. Ensaiamos para nunca realizar. Planejamos... Creio que tudo funciona melhor sem ensaio. Quando se vive o momento. Claro que viver o momento não significa “ser inconseqüente”, ser irresponsável. É estar sintonizado com o instante, ser um espectador apaixonado. Muitos filósofos, a exemplo do grego Sêneca, cujo livro “ Da brevidade da vida” me foi muito útil, diagnosticam que nosso problema geralmente é que: ou estamos vivendo o passado, senão vivendo o futuro. Como ser inteligente que é, o homem tem essa “capacidade” de “viajar no tempo”. Infelizmente.
Gastamos boa parte do nosso tempo avaliando o que fizemos no passado. Ou planejando o que faremos no futuro. E aí é que está a questão: esquecemos de viver o presente. Imagine a seguinte situação: uma criança que se achega ao pai, querendo colo e este diz: - Agora não meu amor, o papai ta ocupado... Penso que não custaria dar um abraço no pequeno e depois continuar o trabalho. Nunca se sabe quando surgirá outra oportunidade. Principalmente em um mundo em que muitos saem de casa pela manhã, mas muitos não retornam.
Um monge cristão ortodoxo disse em um texto que o mal do último século e deste seria o “ativismo”. Seria a “necessidade” que o homem moderno tem de fazer muitas coisas. Ocupar todo o tempo. Hoje vivemos em um mundo em que, principalmente nos grandes centros, parece ser vergonhoso “ficar à toa” ou ter “tempo livre”. Parece sinônimo de “vagabundagem”. Há pessoas que aproveitam o horário do almoço para “fazer academia”, curso de línguas ou outra atividade. Não que haja algo de errado nisto. Mas e a velha “cesta” ? O almoço em família ? Até nas cidades consideradas “médias”, como a minha, isto está ficando raro.
Neste contexto todo, penso que talvez a maior declaração de amor a um filho ou esposa seria: “este tempo é todo seu, sou todo ouvidos”. É ... porque ainda tem o maldito do celular ( que pra mim é uma das invenções mais diabólicas que há). Depois do celular, acabou-se o “quero ficar sozinho” ou vou “dar uma volta pra esfriar a cabeça”. Então pode-se dizer: - “Mas eu posso desligar o celular ! ...” Experimenta ! Depois vai ter que dar um montão de explicações do porque desligou.
Pensando agora, tive uma idéia pra revolucionar o mercado: presentear com o tempo. Você poderia se dirigir a sua namorada, por exemplo, munido de uma caixinha de presentes. Entregaria a ela o tal caixa. Ao abrir ela se depararia com um papel onde estaria escrito: “Os próximos 15 minutos são todos seus. Diga o que quiser”. Se tempo é dinheiro, certamente pode ser também o presente mais caro !
Pato Fu Sobre O Tempo
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final
Ah-ah-ah ah-ah
Ah-ah-ah ah-ah
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final... oh-oh... oh-oh ah...
Uh... uh... ah au
Uh... uh... ah au
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

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