Estou re-escrevendo este “post”. Ou tentando. Será este um sinal de que não devia postar? Não – porque não sou supersticioso. Eu já o havia concluído e ... puf ! o Word fechou sem que eu supostamente fechasse nada. Mas tudo bem. Tentarei retomar ao menos a temática: no texto que eu havia escrito anteriormente, dizia sentir falta de escrever. Apesar disto, dizia do como estive absorto em outras coisas. Havia citado Arthur Schopenhauer e sua obra intitulada “A Arte de escrever”, em que o filósofo desaconselha virulentamente a se publicar qualquer coisa com espírito de lucro ou “apenas por publicar”, ou por vaidade. Schopenhauer se escandalizava em sua época com a quantidade de publicações por ele consideradas “desnecessárias”.
Tenho auto-crítica. Não tenho pretensão de ser algo próximo a Kafka, Machado, Shakespeare ou Dostoievsky. Relatava também no texto anterior ( que também tinha o título de abduzido – e parece que o texto o foi ... profético, não ? ) que quando comecei a escrever no blog pretendia fazer algo anárquico. Mas me perdi. Muitas vezes me tornei muito intimista. Outras sarcástico. Outras transcendente. Não tinha um estilo definido. Nem temática. O blog era sobre tudo : futebol, política, religião, relacionamento, comportamento ... um verdadeiro “balaio de gato”.
Este tempo “abduzido” por outras ocupações pode ter sido benéfico. Afinal, escrever sem reflexão pode ser bem temerário. Creio que isto seja influência de Schopenhauer. O cara detona tanto quem pretensamente queira ser "escritor", que você sente vergonha até em assinar cheque depois de lê-lo. Brincadeira ! Não é para tanto. Mas é para se refletir. Um psicólogo me disse uma vez que por trás de alguma atitude perfeccionista sempre se oculta um orgulhoso. Me parece certo. Afinal, se você se leva a sério demais é porque se acha alguém importante. Por isto talvez alguns monges cristãos do deserto, que viveram entre os séculos II e V afirmarem que “o tímido na verdade é um grande orgulhoso”: porque preocupa-se excessivamente com sua imagem.
Que este blog possa servir para somar. Que após esta ausência eu possa dar uma outra conotação aos textos, mais positiva e construtivista (sem deixar de ser crítica, claro), mas tendo sempre em mente que nenhum talento ou graça possuo, a não ser a que me foi dada gratuitamente por Deus. E como estamos próximos ao Natal, quero deixar também alguns pensamentos:
Um ancião dizia: «O silêncio está cheio de vida, mas a morte está escondida na palavra farta.»
Dizia sempre um ancião que morava no Egito: «Não há caminho mais curto do que o caminho da humildade.»
Um irmão perguntou ao abade Poemen se era melhor viver sozinho ou com o próximo. O velho respondeu: «Aquele que lamenta sempre e somente a si mesmo, pode viver em qualquer lugar. Mas, se se glorifica, então não se dará bem em lugar algum.»
Caramba!
Há 2 semanas
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