quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Médico e o Monstro

Os recentes episódios acompanhados com perplexidade por toda a sociedade brasileira na última semana surpreendeu a todos. Mas não a mim inteiramente. Não escondo que apesar de não ter tido uma criação religiosa, mais tarde, no início da minha juventude, aderi à fé católica. E isto explicará porque não estou surpreso com o caso do Dr. Roger Abdelmassih. Quanto mais estudo e leio sobre filosofia e moral, mais compreendo e abraço a moral católica. Inclusive no campo da ciência. É sabido que a Igreja sempre condenou a fecundação in vitro e a manipulação de embriões. Então como sempre, foi acusada de “obscurantista”, “retrógrada” e outros adjetivos mais. Quero deixar claro que ser um crente não significa ser bitolado. Pelo contrário: quem crê tem maior obrigação de estudar e aprofundar-se, para que sua fé não seja pueril, fundamentada em sentimentalismo e receba a luz da razão, que é o bem maior com o qual Deus nos presenteou.
O fato da Igreja se contrapor à fecundação in vitro não é por simples "picuinha". Tem um argumento teológico válido (mesmo que não se concorde com ele). Esclareço: eu posso não ser muçulmano, mas posso compreender o fato de eles jejuarem no mês do Ramadã, desde que procure entender as motivações. Compreender não significa concordar. A Igreja quer que se compreenda o seu posicionamento. Concordar ou não é questão de convencimento pessoal. Mas não se pode impedir a Igreja de colocar o seu posicionamento acerca do tema.
O que compreendi a respeito da moral católica quanto ao tema foi o seguinte: Deus como criador, tendo criado o homem “ à sua semelhança”, concedeu-lhe também o poder de “criar” vidas (poder que Deus poderia ter querido somente para si), dotando os dois sexos (homem e mulher) de gametas. Daí podemos inferir que ele quis que a reprodução fosse algo “cooperativo”, unitivo. Ou seja: não quis que o ser humano tivesse o poder de reproduzir-se sozinho ( o que poderia tornar-se um ato puramente egoístico). Quis que algo de tal grandiosidade estivesse inserido em um momento de prazer, partilhado entre duas pessoas. Este foi o plano de Deus. Por isto a Igreja entende que quando uma terceira pessoa intervém neste momento sagrado ( a concepção de um ser humano) isto feriria a dignidade da pessoa humana e distorceria o propósito original de sermos seres sexuados.
Daí o perigo em se manipular embriões e gametas (óvulos e espermatozóides). Não se sabe certamente qual o caráter daquele que manipula e quais os seus reais propósitos. A paciente está em uma posição muito frágil em relação ao médico/cientista. Ela é mera espectadora (assim como o pai), num processo em que deveriam ser autores (condição colocada pelo criador).
Contudo pode-se questionar: - Mas e as mulheres estéreis, não têm direito à maternidade ? O que eu posso dizer é o seguinte: o que seria maior ? O direito à maternidade ou a dignidade do seu próprio corpo e da criança que vai ser gerada ? Até que ponto vale a pena submeter a vida ao arbítrio de um único profissional, mesmo que seja “Doutor” ?
O acontecido nos faz lembrar a estória publicada no final do século XIX pelo autor inglês Robert Louis Stevenson e imortalizada pelo cinema. Nela o Dr. Jekyll dava lugar ao monstro Mr. Hyde em meio a suas “experiências” científicas. Sei que é temeroso se julgar qualquer fato rapidamente, mas os depoimentos de dezenas de mulheres indicam a culpabilidade do médico. Me impressionou particularmente o depoimento de uma delas ao canal “Record News”. A paciente diz ao repórter que ao despertar da anestesia, ainda sonolenta, percebeu que o médico estaria “ofegante e com o semblante meio eufórico, com uma expressão de poder” – palavras dela. Ora, se for isto verdade, configuraria um desvio grave de comportamento ( ele sentiria prazer por poder abusar destas mulheres num estado tão indefeso). A entrevistada também o comparou ao maníaco do parque e disse que aquele era "menos covarde" ...
Nenhuma outra profissão confere uma proximidade tão grande do poder criador, de status de divindade como a profissão médica. Entendo que muitas vezes este “poder sobre a vida e a morte” – e ultimamente sobre a concepção da vida – pode conferir a idéia de que ele é quase um ser sobre-humano. Algumas pacientes do Dr. Roger dizem que ele não gostava de ser questionado acerca de sua metodologia. Respondia geralmente que elas não deveriam se preocupar, pois a questão técnica estava a cargo dele. E como poderiam questionar alguém que não era somente um grande médico, mas era um dos mais renomados da reprodução assistida ? Seriam presas fáceis.
Outro médico “famoso” que me veio à mente foi o Dr. Joseph Mengele (aquele mesmo – o nazista). Sabidamente os nazistas foram os primeiros a interessar-se pela manipulação genética e experiências do gênero. O programa Lebensborn transformava milhares de jovens alemãs em simples “reprodutoras da raça ariana” Em honra ao Führer, eram insentivadas a terem relações com oficiais do exército e darem à luz a crianças “genuinamente arianas”, que seriam o orgulho do Reich.
Hoje, no meu entendimento, temos dezenas de “Josephs Mengeli” espalhados pelos quatro cantos. Utilizando mulheres como cobaias. Claro que a justificativa parece mais nobre: realizar o sonho de ser mãe. Mas nunca se sabe ao certo o que pode acontecer em uma clínica em que se manipula o material genético de centenas de pessoas. Por mais ético que seja o profissional, a pressão para que se alcance resultados imediatos pode ler ao cometimento de aberrações. Soube-se por exemplo que o Dr. Roger Abdelmassih teria “turbinado” os óvulos de suas pacientes. Isto consistiria no seguinte: o médico injetaria o citoplasma de uma paciente mais jovem no óvulo de outra paciente mais idosa, para que o óvulo tivesse mais possibilidade de ser fecundado. O problema é que o futuro bebê acabaria com a carga genética de três pessoas diferentes. E a Medicina não sabe ainda quais as conseqüências disto. Em suma é isto: um louco bem instruído é muito mais nocivo que um louco de rua...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Joseph e o chuveiro

Joseph pulou da cama pela manhã, como de costume. Dirigiu-se ao banheiro, como de costume. Para tomar sua ducha. Era inverno, início de agosto. Joseph ligou o chuveiro: estava desligado. “Só pode ser a mamãe” – pensou. Mais uma vez estava certo. A mãe de Joseph sempre desligava os chuveiros dos outros banheiros da casa: a casa tinha 04 banheiros, mas a mãe de Joseph queria que todos usassem apenas um. - “É porque dá muito trabalho limpar todos estes banheiros” – dizia a mãe de Joseph. Muito justo: tentar poupar o trabalho de limpar tantos banheiros. Mas Joseph sempre questionava: - Pra que tantos banheiros se não se pode usá-los ? Se são “de enfeite” ? - como dizia à sua mãe. Mas o que mais irritava Joseph era o fato de o melhor banheiro, aquele com "aqueeela" ducha italiana, ficar interditado: era o banheiro das visitas. Caramba, que desperdício ! O melhor banheiro da casa só era aberto para visitas ! E visitas muito esporádicas (a irmã de Joseph e o cunhado, que vinham duas vezes por ano).
Visitas eram esperadas ansiosamente por Joseph. Quando havia visitas ele comia bem, se banhava bem (naquela ducha italiana). Enfim: com visitas ele se fartava. Joseph não era contra a idéia de se conservar as coisas, desde que conseguisse usufruir das mesmas. Não fazia sentido passar desconforto para conservar um bem. É como deixar de comer hoje... para comer mais amanhã. O que irritava Joseph não era o rótulo “para visitas”, mas o rótulo “só para visitas”. É um tanto incerto: visitas sempre vinham, mas não se sabia quando ao certo (redundância).
Quando havia visitas na casa, parecia que o mundo preto-e-branco em que Joseph vivia se coloria. A casa se enchia de cheiros e de cores. Sempre era Natal nestas ocasiões. A sua mãe voltava a ser a grande cozinheira, a melhor que fora um dia. As sobremesas, o lanche, tudo se tornava delicioso novamente. Mas bastava as visitas partirem para todos os banheiros serem “selados” novamente. Principalmente o da ducha italiana. A comida voltava a não ter sabor. Não havia mais sobremesa.
Joseph não podia concordar com isto. Ele não concordava com esta “usura pelas coisas”. Parecia sem sentido para ele. Afinal, de que adiantava possuir tantas “dádivas” se não se podia usufruir delas ? Joseph se recordava de quando era criança: sempre havia a roupa que não se podia usar. E o sapato “para ocasiões especiais”. Às vezes os dois. Joseph uma vez teve um sapato que usou somente em uma ocasião. Joseph cresceu e o sapato ficou lá ... intacto. Estupidez – pensava Joseph. A casa de Joseph era cheia de objetos “intocáveis”: a porcelana do casamento, taças de cristal ótimas para se tomar um bom vinho ( nas quais ninguém nunca bebia). Tudo estupidez para ele. “Frescuragi”. “Um dia vou tomar café numa taça de cristal” – pensava Joseph. Seria uma grande heresia.
Voltando ao chuveiro: Após pular da cama, ele ligou o chuveiro do banheiro 1: desligado. Pensou: não pode ser pra poupar energia, seria muita frescura ! Foi pro chuveiro 2: desligado. Lembrou-se do chuveiro do barracão... Atravessou o quintal na manhã fria e tomou a ducha como queria. Não era a ducha italiana,mas pelo menos era quente. – Maluquice (pensou consigo). Um frio de rachar e saem desligando todos os chuveiros... tem criança nesta casa ? É molecagem ! A sua mãe justificava: - “ é que a água é calcária meu filho, a resistência queima ...”. Que paradigma ! Qual a solução para o encrostamento de calcário na resistência do chuveiro? R: Tomar banho gelado até no inverno. Fantástico ! Seguindo este raciocínio, se você corta o dedo ... deve amputá-lo, pois comprar “band-aid” daria muito trabalho... Joseph tinha acordado até feliz e bem disposto. Achou que iria trabalhar bem aquele dia. Ia...
Depois tinha o café... sem açúcar: a mãe de Joseph tinha problema com os seus níveis de glicose. Por isto mesmo Joseph preferia tomar café na rua. Café “pós-adoçado” não parecia o mesmo para ele. O bolo da mãe de Joseph também já fora o melhor do mundo. Agora “esfarelava” por falta de gordura, de manteiga. Se fosse classificável seria “light até o osso”.
A mãe de Joseph sempre observava que ele antigamente comia mais, “parecia até mais forte”. E que agora andava mais magro. Joseph respondia: - também “pudera” ! A senhora podia abrir um restaurante. Já tenho até o nome: “Comida de Hospital Ltda”. Era cruel, eu sei. Mas este era o desabafo de Joseph...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Joseph e o espelho

Joseph acorda e se olha no espelho:
- Quem é você ?
- Me responda você, que apareceu depois que liguei a luz.
- Então... acordou agora ?
- De onde você saiu ? Tava escondido no escuro ?
- Nunca ouviu falar em refração da luz não é vagabundo ?
- Que intimidade é essa comigo ?
- Digamos que já nos conhecemos há um bom tempo...
-Vou te dar porrada...
- Já vi atravessarem desertos... mas espelhos ?!
- Por que ainda fala comigo ?
- Uai, e tem mais alguém aqui ?
- Não. Só você seu mala !
- Então... você sou eu ?
- Não. Eu sou eu. Você é você...
- Ah, vou voltar a dormir, ta enchendo o saco.
- Din-don ! Cê ainda ta dormindo ô animal...
- Despertador barulhento do caramba !

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ah, não seja chato !

O caso é o seguinte: aquilo que mais me incomoda são os incomodados com a vida alheia (? se me incomoda eu também não sou um incomodado?). É aquela gente que diz: "por que não faz isso ?”, ou: “por que não faz aquilo ?" ... Não me refiro aos que sinceramente buscam ajudar. Mas aos que se arrogam “sabichão-mor-intergalático-com-procuração-pra-dar-pitaco. Devem estar com a vida ganha ( é só o que se pode deduzir). Pode parecer mal criação, mas... não tem ninguém mais pra “cornetar” e escolhe a gente...
O fato é que não se pode ficar sozinho com um “chato”. É fatal. Ele vai começar a dar pitaco para a primeira pessoa que ver à frente ( no caso você). Ficam incomodados: se você corta o cabelo, se não corta o cabelo; se estuda demais, se estuda de menos; se dorme cedo “demais” ou “muito tarde” (claro, tudo dentro dos parâmetros deles, subjetivíssimo).
Pior que conviver com um “chato”, é conviver com ele dentro de casa. Aí não tem como escapar. A saída é “olhar fixamente para o nada” e fingir que está escutando, até a cantilhena parar. Não adianta tentar interrompê-lo: o chato não tem o tal aparelhinho “desconfiômetro”. Isto porque todo chato é ególatra. A sua visão de mundo parte dele e nele se encerra. O outro é apenas um acidente geográfico, paisagem. Vou dar um exemplo:
O chato diz: - Acho que você deveria fazer natação...
Você responde: - Eu tenho o ombro deslocado ! (ele nem te escutou)
Então ele continua: - Porque natação é o melhor esporte...
Você pensa: "Esse vai ser difícil !" ( pegando no ombro).
O chato de novo: - E esporte é saúde, né mesmo ?
Você retruca: ÔÔÔ !, (pensando): - "Eu tenho o om-bre-o-bró des-lo-ca-de-o-dó "
E o chato: - Eu te indico uma academia ótima ... vou até te dar o cartão ...
Você pensando: - "Aaaaaaaaaaaa"!!! ( alguém atira em mim )!
Percebeu? Ele nem te ouve !O chato não ta nem aí pra você, ele só quer derramar a sua “opinatividade” (ops, esse sou eu ?) sobre o mundo. Ele enxerga o outro como um “terreno árido e pedregoso”, que precisa da sua “chuva de idéias salvíficas”.
Não quero pretensamente defender a tese “ se conselho fosse bom não se dava, vendia-se”. Isto seria muita ignorância minha. Atenção chatos: HÁ MOMENTO OPORTUNO PRA TUDO. E o chato parece escolher sempre o menos oportuno ! Exemplo? Aquele cliente que só liga no finalzinho do expediente. Ele certamente sabe que o pessoal ta saindo... mas cê pode esperar que ele liga faltando 5 minutos e pede uma série de coisas “tudo urgente” (por que não ligou mais cedo então seu afsafsafs ?)
Mas também tem o chato “gente boa”. É aquele sem maldade nenhuma, tadinho ! Tem bom coração, só lhe falta a noção, compreende ? A tia “Esbroubous” é assim (não vou entregar, né ?). Sempre tem uma receita pra tudo. Mas é meiga, menos mal. Espirrou ao lado dela ? Ela já saca uma cartela de aspirina da bolsa e começa: - Sabe que que é bom pra tosse ? Abacaxi com hortelã ! Então pergunta: - Quer que eu te dê a receita ? E antes de você responder, já emenda: - é só pegar o abacaxi, descasc ... Se você interromper, corre o risco dela começar a explicar tudo de novo. Melhor escutar...
Mas voltando ao chato “sabichão-mor-intergalático-com-procuração-pra-dar-pitaco” : infelizmente conheço um. É aquele que conhece tudo melhor que todo mundo. Em sua modesta opinião: o pedreiro não sabe levantar parede, o padre não reza a missa direito ... resumindo, sua frase é: “EU FARIA MELHOR”. Ele é ultra-mega-hiper polivalente. Faz qualquer coisa melhor do que o especialista. Pois é, talvez eu esteja me tornando um desses... mas é tudo culpa do tanto que eu fui “pentelhado” durante a vida.... principalmente pelo Senhor, viu pai ?? !!! Putz ...

The World Is Full of Crashing Bores ( O Mundo está Cheio de Gente Muito Chata) Composição: Morrissey

You must be wondering how ( Você deve estar se perguntando como )

The boy next door turned out ( O garoto da porta ao lado apareceu )

Have a care ( Tome cuidado )

But don't stare ( Mas não olhe fixamente )

Because he's still there ( porque ele ainda está lá )

Lamenting: (Lamentando: )

"Policewomen, policemen, silly women, taxmen ("Policial feminina, policial, mulheres bobas, tributaristas )

Uniformed whores (prostitutas de uniforme )

They who wish to hurt you (Eles, que querem te magoar )

Work within the law ( Trabalham dentro da Lei )

This world is full ( Este mundo está cheio )

So full of crashing bores (Completamente cheio de gente muito chata )

And I must be one (E eu devo ser um )

Cos no one ever turns to me to say (Porque nunca ninguém se vira para mim e diz )

'Take me in your arms ( Me tome em seus braços )

Take me in your arms ( Me tome em seus braços )

And love me'" ( E me ame )

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Last Night I Dreamed...

O que é amor romântico? Ele existe ? Então se for assim porque não se casa com a primeira namorada ? Maldita “Síndrome de Morrissey”. Vai e volta, é assim: o coração começa a se abrir, amolecer, aí vem o superego “Morrisseyniano” e diz:
- Superego: e o propósito de celibato hein ? vai ter recaída, seu frouxo ?
- Ego: Não! Não ! Tá de pé. São as mulheres que atormentam o juízo. Droga, droga, droga ! Por que os piores venenos estão nos frascos mais bonitos ?
- Superego: Pois é, pois é... Então ? Assunto encerrado ?
- Ego: Mas tem dado certo por aí...
- Superego: E tem dado muito errado também...
- Ego: É orgulho seu, cara! Não pode ser assim: “apelei, tô fechado pra balanço”...
- Superego: E por quê não pode ? Se você quiser pode ser assim, sim. Imagina só: uma vida sem essa "frescuragem", com tempo livre pra coisa mais "útil" do que essa ditadura romântica... o homem tem que ser livre. Li -vre !
- Ego: Se fosse simples assim... Mas é um inferno. Cê sai pra dar uma corridinha, fazer um cooper ... e topa justo com tão singela criatura. Precisava ser tão bonita, precisava ? Precisava caminhar na minha pista de cooper, desfilando sua cabeleira negra ? Precisa ter aquele sorrisão ( e é o que ela tem de mais irresistível) ? Eu tento, tento não pensar "Seu" Superego, mas ta difícil cara !
- Superego: Eu vou te falar com cê, viu... Já ta quase me convencendo. Você tá chato demais de uns tempos pra cá. Essa indecisão, essa birra com a vida, com as mulheres. Tô quase me rendendo ao inimigo e mandando cê mergulhar de cabeça. Só pra esperar você se estrepar ! Elas dizem que os homens são todos iguais... mas são elas que são todas iguais !
- Ego: Vamo deixar como está pra ver como é que fica... Relax, man. Por que você faz de tudo uma operação de guerra ? Uma decepção não pode te deixar recalcado pro resto da vida. Não é justo com você !
- Superego: Não é justo é passar por decepção de novo. Eu me nego, me nego, me nego. Como é que se diz ? “Errar é humano, repetir o erro é burrice” ? Então.... não seja burro !
- Ego: Nós temos que fazer as pazes, senão esse cara vai pirar ...
Last Night I Dreamed That Somebody Loved Me - (Noite Passada Eu Sonhei Que Alguém Me Amava) -
música: The Smiths
Last night I dreamed (Na noite passada eu sonhei)
That somebody loved me (Que alguém me amava)
No hope, no harm (Nenhuma esperança, nenhum dano)
Just another false alarm (Apenas mais um alarme falso)
Last night I felt (Na noite passada eu senti)
Warm arms around me (Braços de verdade me envolvendo)
No hope, no harm (Nenhuma esperança, nenhum dano)
Just another false alarm (Apenas mais um alarme falso)
So, tell me how long (Então me diga, quanto tempo passou)
Before the last one? (Antes da última pessoa?)
And tell me how long (E me diga quanto tempo passou)
Before the right one? (Antes da pessoa certa?)
The story is old - I know (A história é velha - eu SEI)
But it goes on (Mas continua)
The story is old - I know (A história é velha - eu SEI)
But it goes on (Mas continua)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ado, A - Ado, É Bate boca no Senado

E o bate-boca no Senado ??!! O que é aquilo “mermão” ? Mas tudo dentro da mais alta “crasse”. Afinal estamos tratando com verdadeiros cavalos.... eh, cavalheiros, perdão. Lá em casa tem TV Senado. É o canal preferido do meu pai. Todo final de noite fica ele lá, assistindo. Sempre recorda que o Senado é a “casa de Ruy Barbosa” ( que foi senador) e em seu saudosismo sempre lamenta que hoje me dia não se fazem discursos " bonitos" como antigamente. De discursos bonitos o povo ta cheio. De baixaria também. Afinal, discurso não enche barriga nem tapa buraco em estrada... O episódio também me lembrou um quadro dos trapalhões, que assisti no “YouTube”. A cena é a seguinte: dois piratas estão em um navio e começam a discutir. Então o capitão intervém e diz: - Não quero mais briga e confusão em meu navio... se eu ver mais um quebra-pau, vou lançar todo mundo ao mar. Não dá pra discutir civilizadamente ? Neste momento os piratas levam tudo ao pé da letra e começam a “discutir civilizadamente”:
O Didi diz ao Mussum:
- “Caro colega, dar-te-ei um chute na poupança” ... e o chuta na parte trazeira.
O Mussum cinicamente responde:
- “Pois não, discordo de você, portanto tome-lhe esta bolacha” ...
E o Didi mais uma vez:
- “ O colega está sendo impertinente, esse me-ni-no !” ... e desfere um soco em outro pirata ...
Pois é ... o nosso Senado caminha mais ou menos neste “nível de civilidade”. Se o que ocorreu ontem não foi quebra de do tão falado “Decoro Parlamentar”, não sei mais o que seria. Engraçado... anos e anos de revanchismo e diferenças aflorarem assim, no momento em que se tocou um assunto tão “delicado”: a inocente prática do nepotismo, coisa que nunca se ouviu falar neste país, não é mesmo ? Afinal o que tem demais eu dar uma ajudinha ao namorado de uma neta ? Só um empurrãozinho ? Agora imagina se eu tenho uma empresa privada e começo a contratar toda a parentada ? Será que ela sobrevive ?
Sinopse da novela mexicana ( Jornal O Globo) - para quem perdeu o capítulo ...
Apenas um resumo do que foi o primeiro dia após o recesso parlamentar no Senado.
Round 1 – Pedro Simon (PMDB/RS) X Renan Calheiros (PMDB/AL)
Simon - Se o Presidente Sarney houver por bem renunciar à Presidência, tendo em vista a situação em que se encontra o Senado Federal, é um grande gesto dele; é um gesto que somará na sua biografia, porque o ambiente é tão imprevisível nas suas consequências negativas que essa ação de S. Exª será um ato que terá uma interpretação altamente positiva na sociedade brasileira. Se S. Exª não fizer isso, será o que Deus quiser.
Calheiros - Só lamento que o esporte preferido de V. Exª, nos últimos 35 anos, tenha sido falar mal do Sarney. Quando o PMDB indicou o Presidente Sarney para ser vice-Presidente de Tancredo Neves, desde aquele momento o senhor fala mal do Sarney, porque queria ser exatamente o candidato a vice-Presidente do PMDB.
Simon – Não é verdade. Duvido que V. Exª... V. Exª está inventando agora. É mentira!
Renan – Eu não estou inventando ... (...)
Simon – Eu recebo as afirmações de V. Exª com muita tranquilidade. Eu acho que V. Exª, como líder e como Presidente, é uma figura controvertida. Acho. E V. Exª diz que sou eu que mudo. V. Exª foi lá na China e fez o acordo com o Collor. Foi dos homens que estiveram com o Collor...Não, agora eu estou falando! Agora estou falando
Renan – E V. Exª vai continuar falando. Eu não me envergonho de nada que fiz, diferentemente de V. Exª...
Simon – Depois, na véspera do Collor ser cassado, V. Exª largou o Collor. Tchau, tchau!
AH, EU "TAZ" MALUCÔÔÔ !
Round 2 – Fernando Collor de Mello (PTB/AL) X Pedro Simon
Collor – ...as palavras que o senhor acabou de pronunciar são palavras em relação a mim e às minhas relações políticas, são palavras que eu não aceito.
Simon – Quais são, Presidente?
Collor – Eu vou lhe dizer. E são palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente. (...)
Collor – Ela (a mídia) não conseguirá retirar o Presidente José Sarney dessa cadeira. Não conseguirá; nem ela nem o senhor, nem quem mais esteja deblaterando, como o senhor deblatera, parlapatão que é, desta tribuna. Peço a V. Exª, com todo o respeito que V. Exª me merecia e como sempre o tratei que, por gentileza, evite pronunciar o meu nome nesta Casa, porque a próxima vez que eu tiver que pronunciar o nome de V. Exª nesta Casa, provocado por alguma palavra mal posta dessa tribuna, ou da sua poltrona, eu gostaria de relembrar alguns fatos, alguns momentos, talvez extremamente incômodos para V. Exª, mas que eu acho que seria de muito interesse da Nação brasileira conhecer.
Simon – Então fale, Senador.
Collor – Não falarei. Falarei quando eu quiser e achar oportuno. (...)
Collor – Mas lhe peço encarecidamente que, por favor, antes de citar o meu nome dessa tribuna, V. Exª engula, digira e faça dela o uso que julgar conveniente.
Simon – Muito obrigado.Sr. Presidente, eu volto a repetir: se vê pelo tom e pelas afirmativas o que acontecerá depois. O que acontecerá depois? Eu não sei!
AH, QUE ISSO !? ELES ESTÃO DESCONTROLADOS !!!!
ELES FALAM, ELES BRIGAM, ELES FICAM AGITADOS
ELES ESTÃO DESCONTROLADOS !!!