terça-feira, 31 de março de 2009

WATCHMAN

Ontem fui ao cinema. Não porque sou cinéfilo. Não porque queria ver um filme em especial. Mas porque uns amigos me convidaram. Para assistir justamente o filme que dá título a este texto: “Watchman”. Fui assistir , como se diz, às escuras. Ou seja: não conhecia o filme, muito menos os personagens que o inspiraram. Durante o percurso até o Shopping fiquei sabendo destes mesmos amigos que “Watchman” se trata do quadrinho mais antigo que há. Mais velho que o Batman, o cavaleiro das trevas. Nunca fui aficcionado por gibis. Nem na infância. Sei lá, nunca gostei muito. Nunca tive muita paciência. E meus amigos são daqueles que compram revistinha até hoje (embora já marmanjos), acompanham sites de crítica, aguardam ansiosamente o lançamento das versões da telona de suas estórias prediletas. Confesso que aprecio um ou outro gibi. Os meus preferidos são “Volverine”, “X-Men” e “Akira”. Mas há muito que já não consumo gibis. O “Akira”, me lembro que foi um tio meu (o tio Robson) que me emprestou para ler. Era uma série enorme, interminável. Acho que ao todo deveria ser mais de vinte revistinhas. Me encantava a qualidade gráfica dos desenhos. Mas não me interessava muito: lia uns dois volumes por dia e depois me entediava.
Outro fato curioso, foi que ao nos sentarmos na poltrona do cinema, antes de começarem os traillers, um sujeito da poltrona da frente, com cara de "nerd", ouvindo nossa conversa, resolveu se inteirar. Puxou assunto e começou a destilar todo o seu conhecimento sobre cinema e gibis. Eu só calado. Ouvindo e pensando: pô, o cara saca pra caramba de cinema e quadrinho. Meus amigos até arriscavam trocar umas idéias. Eu, só acenava com a cabeça. Parecia coisa de criança, sabe? Aquilo de contar vantagem, ver quem sabe mais. O cara sabia de cor a bilheteria de uma série de sucessos do cinema. De todas as décadas. Quando eu arrisquei palpitar que o "Titanic" era um arrasa-quarteirão em termos de bilheteria, ele argumentou que não era bem assim.... que se descontássemos o custo de produção, na verdade outros tantos filmes faturaram muito mais. Quando o filme começou, comecei até a gostar. O enredo parecia se desenrolar com uma intensidade psicológica superior às que os filmes de heróis costumam ter . Cheio de “flash-backs” (por sinal um recurso do qual eu gosto muito, quando não se abusa dele). Mas depois, infelizmente, volta a repetir vários clichês deste tipo de filme: romance entra a heroína e o herói, ameaça de destruição do mundo por uma guerra nuclear, a interminável missão americana de salvar o mundo. A fita tem também seus pontos cômicos. O ex-presidente americano Nixon é representado por um ator que usa uma prótese no nariz, fazendo o ex-presidente parecer o produto de uma operação plástica mal-sucedida feita pelo mesmo cirurgião do Michael Jackson. O personagem Dr. Manhatam parece mais um vaga-lume autista, que tem pouquíssimas falas no filme. Poderia ser melhor explorado. O que me ficou de positivo foi o fato de ser uma fita em que os super-heróis são apresentados como figuras mais humanizadas. Com conflitos existenciais, amorosos e morais. O personagem “Comediante” foi o que me causou maior impressão. Apesar de ser um “herói”, ele tem suas crises de consciência, e chega a declarar (sintomaticamente) que a violência é um mal da sociedade, desejado subconscientemente por ela, e que os super-heróis são formiguinhas tentando resolver uma questão que poderia se chamar de “intrínseca”. Ao final das contas, o programa foi positivo. O cinema com certeza é uma arte. Talvez nunca supere a literatura, o teatro, mas tem o seu lugar. Isto porque o cinema (principalmente o americano) vive de bilheteria. E para se pagar, eles editam, inserem cenas dispensáveis e principalmente inserem cenas de nudez e estórias paralelas que não fazem muito sentido no contexto. Mas tudo bem. Valeu pelo entretenimento. Mas para quem não conseguiu assistir "Como se tornar um milionário" - o ganhador do Oscar - ainda, foi um pouco decepcionante.

domingo, 29 de março de 2009

Por que escrever sobre mim ?

Em meu último texto postado, escrevi sobre a descoberta de um artista. Robbie Williams. Na verdade queria escrever sobre outra coisa. Sobre auto-conhecimento. Mas a vontade estava pouca (e julgo que o auto-conhecimento também, confesso). Então lembrei-me da música "Better Man", cantada pelo Robbie Williams, e comecei a pensar: "interessante como quando nos faltam as palavras, sempre existe uma música para dar vazão ao sentimento". É por isso que eu amo a música. Ela tem uma magia peculiar.
Repare que neste Blog quase sempre ilustro minhas postagens com a letra de uma música ou até mesmo um vídeo. Acredite, não é proposital. Ao menos não o foi em um primeiro momento. Aconteceu naturalmente, assim: ao finalizar um texto, logo me veio uma música à cabeça e resolvi registrar. Então comecei a refletir: - incrível como parece haver uma música para tudo na vida, uma verdadeira trilha sonora ! A música costuma nos remeter a momentos, a pessoas, a datas... E o que mais me encanta: para mim costuma dizer mais que mil palavras. Acho que não é à toa que Santo Agostinho dizia que " quem canta ora duas vezes". É a mais pura verdade. Parece que com a música tudo flui mais naturalmente. Ela como que ilustra o fato, a situação descrita. Dá cores, movimento. Faria a seguinte comparação: se a vida fosse uma tela de um pintor, a música viria para dar movimento aos objetos e personagens contidos na tela. Mas por quê estou dizendo isso ? Porque às vezes me sinto um tolo... Explico: quando resolvi mergulhar neste universo chamado Blog, me preocupei de estar escrevendo textos demasiado confessionais, ensimesmados. Então percebi, visitando outros blogs, que eu não era o único, não era uma exceção. Percebi que muitos gostam de falar de si, e me identifiquei com eles. Percebi isto principalmente nos blogs "Abrigo Madrugada", do Moisés e "Ogrolândia" do Mendel. Percebi que falar de si não é necessariamente uma atitude narcisista ou fechada. Não ! Isto porque todos somos feitos da mesma matéria. Todos temos mais ou menos os mesmos medos, anceios... É por isto (concluí), que quando ouço uma música ou leio um texto, me identifico ali. Me vejo em um personagem. É porque as mesmas dúvidas e anseios que possam me atordoar vêm atordoando os seres humanos há séculos. A minha insegurança não é exclusiva. As minhas dores não são exclusivas a mim. Agora percebo que egoísmo seria se eu assim o pensasse. Por isto está decidido: quando tiver vontade, escreverei sobre mim. Escreverei para mim.
Mas voltando à música: fiquei realmente mexido com "Better Man". Não a conhecia a canção até mais ou menos uma semana atrás. Principalmente estas duas estrofes representaram bastante pra mim:
"Give me endless summer
Lord I fear the cold
Feel I'm getting old
Before my time" e
"As my soul heals the shame
I will grow through this pain
Lord I'm doing all I can
To be a better man"
Acho que todo homem (escrevi homem com minúscula porque quero me referir a nós do sexo masculino - para mim o mais frágil, diga-se de passagem) passa pelos seus desertos e momentos de obscuridão na vida. E hoje vejo que isto não é de todo ruim. Faz parte do processo. Muitas vezes pensei comigo mesmo "Feel I'm getting old before my time", em momentos de vazio espiritual ou de dúvida ou sentimento de insatisfação com o rumo que sua vida está tomando. E é bom que seja assim. Hoje percebi que costuma ficar preocupante quando você fica indiferente às suas dores. Aí sim é preocupante ! Porque então a esperança está enfraquecida. Você está anestesiado. Imagino que enquanto há dor, há luta. Você ainda se importa, combate. A ausência de dor já seria a entrega, o abandono nas mãos do "destino" (como se não fóssemos nós os responsáveis por ele). Pode reparar: todo depressivo tem um ar apático. Por quê ? Porque já não "dói" mais. Tanto faz como tanto fez. Ele encara a vida e chora. Encara a morte.... e sorri. Parece querer não correr, mas se abandonar. Como um veleiro sem rumo.
A dor nos dá a sensação de que estamos vivos. E é por isso que eu abomino esta auto-ajuda dos dias de hoje que propõe uma felicidade ascética. Isto é ridículo ! Isto está gerando muita gente cheia de nóias, acreditando que é possível viver esta vida como se estivesse "a passeio". Não, não, não ! Prefiro ler um poeta do Romantismo, com todas as suas dores de amor ou do Realismo, com aquele seu encarar a existência melancólico, do que escutar os "você pode", "você é a quintessência do universo", "seja um sucesso" e outra baboseiras que não dizem nada do ser-humano que eu sou. Vão se catar esses autores ! Que me desculpem, mas sou de carne e osso. Cheio de imperfeições sim. E sem nenhuma pretensão de me tornar o super-homem proposto por Nietszche, mas acreditando que posso vir a ser um pouco melhorzinho sim ! Com a graça de Deus. "LORD I'M DOING ALL I CAN TO BE A BETTER MAN". Mesmo que isso signifique estar perdido e não ter o controle, as rédeas do meu destino (o que pra mim é outra baboseira que a auto-ajuda nos incutiu: o auto-controle absoluto). Não somos máquinas. Somos homens. Que continue assim. Aprecio minhas imperfeições. Minha insegurança e insatisfação. Isto é que é a vida, não estamos em uma novela da tv.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Robbie Williams

Recentemente descobri (ou redescobri ?) um cantor que a mim não causava sentimento de ódio ou amor. Era simplesmente mais um. Talvez fruto de pré-conceito. Estou falando de Robbie Williams. Já conhecia o seu trabalho desde o tempo da “boy band” denominada “Take That”. Era mais uma dessas bandas de garotos no estilo de “Backstreet Boys”, com letras açucaradas, direcionadas a adolescentes estéricas. Pois é... o Take That acabou lá se vão uns dez anos. O Robbie Williams não era dos componentes de maior destaque. Nem mesmo era o “front man”, a primeira voz (e isto é de suma importância em um grupo). O que quero dizer é: uma das gratas surpresas é que o garoto tornou-se um dos maiores vendedores de disco do Reino Unido e Europa. Tá certo que ainda não emplacou de jeito nos EUA. Mas o mercado americano é algo atípico. Os europeus sempre penaram para estourar lá. Até bandas hoje renomadas, como o U2. E olha que foi preciso o U2 fazer um disco quase que inteiramente com temática americana (The Joshua Tree), para ser acolhido de vez pelos yankees. Quando ouvi o seu trabalho pela primeira vez, pensei: “lá vem mais um artista "água com açúcar" denominado internacional para invadir as FMs brasileiras até nos enjoar com hits de novela”. E com alguns hits realmente foi assim. Talvez “Feel” seja o mais conhecido. Tinha antipatia dessa música. Até conseguir baixar a letra e a tradução na internet. Aí fiquei confuso, atordoado: - Caramba ! Parece que esse cara tá falando de mim ! O preconceito não deixou que eu percebesse que o sujeito em si tinha talento. Escrevia as próprias músicas, era bom letrista. Coisa que como fã eu prezo muito. Um artista completo não pode só interpretar. Deve tocar e compor se possível. É a Santa Trindade da música: Compor, Interpretar e Tocar. Mas ainda o via com desconfiança. Até que fui surpreendido pelo lançamento do Álbum “Swinging when you’re winning”, em que Robbie Williams interpreta clássicos do Jazz americano e de Frank Sinatra, principalmente. Então pensei: “ se o cara respeita o velho Frank (Sinatra), merece uma atenção. Dito e feito. Comecei a acompanhar mais de perto a carreira do cara. E ele passou a ser um dos meus favoritos. Afinal, ter pertencido a uma "boy band" não pode condenar alguém à "zona fantasma", ao ostracismo. Acompanhando a biografia de Robbie Williams, pode-se verificar que ele também é mais um guerreiro. Filho de operários ingleses, crescido na periferia. Se candidatar a um lugar em uma boy band talvez fosse uma das poucas oportunidades de ser alguém na vida. Ele agarrou a chance e hoje está aonde está. Mérito dele. Viva Mister Williams !

Better Man Robbie Williams
Send someone to love me
I need to rest in arms
Keep me safe from harm
In pouring rain
Give me endless summer
Lord I fear the cold
Feel I'm getting old
Before my time
As my soul heals the shame
I will grow through this pain
Lord I'm doing all I can
To be a better man
Go easy on my conscience
Cause it's not my fault
I know I've been taught
To take the blame
Rest assured my angels
Who catch my tears
Walk me out of here
I'm in pain
As my soul heals the shame
I will grow through this pain
Lord I'm doing all I can
To be a better man
Once you've found that lover
You're homeward bound
Love is all around
Love is all around
I know some have fallen
On stony ground
But love is all around
Send someone to love me
I need to rest in arms
Keep me safe from harm
In pouring rain
Give me endless summer
Lord I fear the cold
Feel I'm getting old
Before my time
As my soul heals the shame
I will grow through this pain
Lord I'm doing all I can
To be a better man

terça-feira, 24 de março de 2009

Eta diazinho difícil, sô !

A Segunda-feira já é folclore no Brasil. Mas hoje ela se superou. Acordei sem vontade nenhuma de pular da cama, o café foi tão fraquinho, que às 09:30 a barriga já tava roncando. Telefonema um atrás do outro. Parece que todos os clientes resolveram se libertar do limbo, a zona fantasma. Não é clichê não ! A segunda tá sendo (porque ainda não terminou) um calvário. Mas tudo bem. Daqui a pouco ela acaba. Agora me ponho a pensar que o problema talvez não seja nem a segunda. É o domingo o culpado. Sim. Porque quando o domingo é chato, paradão, a segunda já começa massante. E o domingo em Montes Claros foi de morrer. Calorão dos diabos, nada pra se fazer. E pra coroar a situação você tem a brilhante idéia de: 1) pegar um filme; 2) um filme com Adam Sandler; 3) o roteiro é sobre futebol americano: presos x guardas. Muito ruim por sinal. Fraquinho. Já não gostava muito do Adam Sandler. Tá certo que ele não é nenhum Al Pacino, Dustin Hoffman ou De Niro. Mas o cara vem fazendo cada comediazinha sem-noção ! Resumindo: o que quero dizer é que se você já teve um domingo entediante, a segunda promete ser “braba”. É a tal “Lei da Atração” ou “Lei de Murphy” (mesmo que eu não acredite nelas). O Domingão é “brabo” mesmo. Como já cantavam os Titãs: “... Domingo eu quero ver o Domingo passar...”. Você deve estar se perguntando: - “ O texto não era sobre a Segunda ?”. E é. Aí é que entra a minha teoria: o grande culpado pelo mal-estar da Segunda é o Domingo. Tão diferente do Sábado ! O Domingo tem ar de despedida, de quero mais, de “já se foi o fim-de-semana e eu não fiz nada”... Mas tudo bem. Não é murmuração não ! É que o Domingo merecia muito mais. E a culpa talvez seja minha. Vejamos: - o descanso significa necessariamente ócio ? Pra mim não. Isto é que me mata. Uma cidade do porte de Montes Claros não tem uma opção de lazer. Não digo nem “Concerto no Parque” ou coisa que o valha. BH por exemplo oferecia tais concertos no Parque Municipal. Fui algumas vezes. É bem bacana ver pessoas de todas as classes se misturarem. Curtir juntos uma boa música. Aqui em Montes Claros não. A falta de opções também é democrática (digo, em termos culturais, a não ser que você ache desfilar pela avenida - Deputado Esteves Rodrigues - "point" nosso aqui do sertão - um programa interessante). Mas é isso aí. A segunda é braba e sempre será. Culpa do Domingo, com certeza. O Domingo gesta o monstro que a Segunda vem a se tornar. Dia nacional da ressaca. Êta diazinho difícil, sô !

sábado, 21 de março de 2009

Show do Radiohead

Umas das bandas mais significativas da década de 90 e início dos 2000. O Radiohead certamente marca presença. E a sua passagem pelo Brasil era esperada há muito. "Mendes" e Moisés, seus dois sortudos ! O show deve ter sido inesquecível. Pouco divulgado, infelizmente (diga-se pela "Globinho") e pelos jornais. O Rodrigo aqui em Moc deve tá babando. Demorou, mas o cometa finalmente passou pelos trópicos. Agora é conferir em canal fechado ou em um futuro DVD. O Radiohead talvez seja a banda que melhor lida com o "meanstream". Foi a primeira a lançar músicas diretamente na internet ( ou seja: enquanto os demais brigavam contra a pirataria, o Radiohead sacou que esse era um caminho sem volta). Mais revolucionário foi deixar que os fans decidissem que preço pagar pelas músicas. Banda fantástica. Que muitos anos se sigam pela frente !

quarta-feira, 18 de março de 2009

Pra você que quer saber II ...

Feel (tradução) Robbie Williams Composição: Robbie Williams

Sentir

Venha segurar minha mão, eu quero contatar os vivos Não sei se entendo bem este papel que me foi dado Eu me sento e converso com Deus E Ele ri dos meus planos Minha cabeça fala uma língua que eu não entendo Eu só quero sentir amor verdadeiro Sentir o local onde vivo Porque eu tenho muita vida fluindo nas minhas veias E sendo desperdiçada Eu não quero morrer Mas também não gosto muito de viver Antes de me apaixonar Já me preparo para deixá-la Eu morro de medo É por isso que vivo fugindo Antes de ter chegado Eu me vejo voltando Eu só quero sentir amor verdadeiro Sentir o local onde vivo Porque eu tenho muita vida fluindo nas minhas veias E sendo desperdiçada E eu preciso sentir o amor verdadeiro para toda a eternidade Eu nunca me satisfaço Eu só quero sentir amor verdadeiro Sentir o local onde vivo Eu tenho muito amor fluindo nas minhas veias E sendo desperdiçado Eu só quero sentir O amor verdadeiro para toda a eternidade Há um buraco na minha alma Dá para vê-lo no meu rosto É um lugar bem grande Venha segurar minha mão Eu quero contatar os vivos Não sei se entendo bem Este papel que me foi dado Não sei se entendo bem Não sei se entendo bem Não sei se entendo bem Não sei se entendo bem... Feel - (Robbie Williams) Composição: R Williams/g Chambers Come and hold my hand I wanna contact the living Not sure I understand This role I've been given I sit and talk to God And he just laughs at my plans My head speaks a language I don't understand I just wanna feel real love Feel the home that I live in 'Cause I got too much life Running through my veins Going to waste I don't want to die But I ain't keen on living either Before I fall in love I'm preparing to leave her I scare myself to death That's why I keep on running Before I've arrived I can see myself coming I just wanna feel real love Fill the home that I live in 'Cause I got too much life Running through my veins Going to waste And I need to feel real love And a life ever after I cannot give it up I just wanna feel real love Fill the home that I live in I got too much love Running through my veins To go to waste I just wanna feel real love In a life ever after There's a hole in my soul You can see it in my face It's a real big place Come and hold my hand I want to contact the living Not sure I understand This role I've been given Not sure I understand Not sure I understand Not sure I understand Not sure I understand

Cardápio Fresco

CARDÁPIO FRESCO Estamos em tempo de Quaresma. Prometi a mim mesmo que tentaria (e estou tentando) ser mais paciente, principalmente em casa. Não que eu seja um “cavalo”, ou coisa parecida. Mas reconheço que às vezes sou chato. Não sei se com razão ou não. Às vezes me culpo por isso. Mas vamos ao ponto. O que ocorre é o seguinte: sempre gostei de comer bem. Entenda-se: comer bem, não comer muito. E acho que tenho sorte de ter uma mãe que, além de inúmeras outras qualidades, é ótima cozinheira. Ou era. Explico: Minha mãe descobriu há alguns anos que tem hipertensão. Nada grave não. Apenas tem que se cuidar. E é aí que começa meu dilema. A comida da minha mãe sempre teve o melhor tempero em minha opinião. E ainda poderia ter. Se não fosse uma linha de raciocínio bem cartesiana que a mamãe tem. Como assim ? Vou dizer: - Mamãe acho que é meio anglo-saxã. Depois que descobriu a hipertensão, o médico recomendou que ela diminuísse o sal na comida. Vou deixar claro: DIMINUÍSSE. Adivinha só ? Ela ELIMINOU. Estarei exagerando ? Talvez. Mas aquele temperinho nunca foi o mesmo. Que saudade ! Seria egoísmo meu ? Não sei... Mas já comentei lá em casa: esse negócio de pressão alta é chato porque não adoece só o hipertenso. A família toda vai de carona na dieta. Deve ser assim também com a diabetes, imagino... Já pedi à mamãe: - Bota aí um pouquinho de Sazon ao menos, pô ! Umas ervas... Mas o negócio dela agora é só alho e óleo. Não concordo, acho exagero. Repito: Não acho egoísmo de minha parte não. É que de uns anos prá cá, aliada à descoberta da hipertensão, tanto minha mãe quanto meu pai adotaram a linha que eu chamo de “natureba”. Não que sejam vegetarianos radicais. Longe disso. De uns tempos prá cá é só Margarina light, açúcar mascavo, verdura crua. Muito saudável. Mas pra mim todo dia não dá ! Tem que ter aquele bifão com a gordurinha do lado ao menos umas duas vezes na semana. Será que isso vai matar alguém ? Aliado a isso, criaram o hábito de ler livros sobre nutrição e saúde. Com recomendações que eu acho questionáveis e com as quais não concordo de jeito nenhum. Exemplo: um autor diz que tomar líquidos à refeição faz mal. Pra mim tudo empírico, não dou valor. Mas a mamãe cortou o “suquinho” e o “refri” do almoço. Aí eu fico macho ! - Não pode, meu filho ! O livro do fulano fala que faz mal à digestão. Aí eu respondo: - Ó minha cara de preocupação ! - Santa frescura, mãe ! . Daqui a pouco pergunto: - Ô mãe ?! Cadê o saleiro ? – Escondi. Sei que você vai encher a salada de sal. Respondo: - se chama salada, seria pra ter SAL, não ? Acho que não vou ter um AVC se temperar um pouquinho ! Ela diz: - Cê fala isso porque ainda é novo... não sente nada. Espera daqui uns trinta anos... Sei dessas coisas: que a gente deve se cuidar desde jovem e blá-blá-blá. Mas hoje em dia penso que as pessoas estão ficando meio paranóicas. A culpa em minha opinião é dos meios de comunicação. É um bombardeio de informações desencontradas.... Hoje o brócolis é a oitava maravilha do mundo. Semana que vem descobrem que ele é cancerígeno. Eu no meio disso tudo sou mero espectador. E tô com fome, pô ! “Nem tanto ao mar nem tanto à terra” ... Cuidar da alimentação é importante. Mas não abro mão do meu rodízio de vez em quando. Nem da pizza, nem daquela manteiga da roça. Nem morto ! Quer dizer: só morto ! Quando mamãe tenta me empurrar todos os “lights” e “diets”, me defendo com um exemplo, que é meu avô paterno. Esse é Aroeira ! Esclareço: o vovô tem 92 anos. Vai completar 93 mês que vem. Agora vem o melhor: dos quais fumou mais de 60 anos, fora a cachaça. Aí eu digo pra mamãe: o que mata é frescura, mãe ! O vovô bate um bife com ovo toda noite até hoje. E se tentam impedir, ele emenda com um delicioso: -“Vai pra merda” ! Esse é meu herói ! Abaixo a frescura ! Quero comer o que gosto, enquanto posso...

terça-feira, 17 de março de 2009

Orkut ou Blog ?

O que é exatamente um Blog ? Tenho me perguntado isso. É um diário virtual ? É um Orkut com alma ? - sim, porque depois que descobri o Blog, Orkut tornou-se vazio para mim. Tenho utilizado o Blog para encarar alguns fantasmas, desabafar comigo mesmo. É interessante (ao menos no meu caso), como a palavra escrita consegue dar vazão aos sentimentos de maneira bem mais satisfatória do que a falada. Nunca fui de falar mesmo. Mas imagino que escrevendo tenho a oportunidade de melhor “digerir” os sentimentos. Claro, parece algo bem esquizofrênico. Mas acho que todos nós o somos (esquizofrênicos) em algum grau. Fazendo uma analogia com a TV brasileira: o Orkut seria o “Big Brother”, e o Blog seria um jornalístico. O Orkut tem máscaras, dissimula, não diz muito. O Blog “rasga o véu”, mesmo que você não queira. Você pode até dissimular, escrever sobre coisas lugar-comum, mas um pouco de sua alma sempre se revela. Então poderia se pensar que o Blog seria mais comprometedor do que o Orkut ? Acho que não. Isto porque traço a seguinte comparação: no Orkut nos esforçamos para parecermos melhores do que somos. No Blog nos esforçamos para descobrirmos quem somos (pelo menos no meu caso). Não quero dizer que o Blog seja a panacéia ou algo parecido. Mas achei um instrumento valioso em uma internet que traz tantos malefícios. E o mais interessante: o Blog é muito mais democrático, em minha opinião. Vejamos: você tem mais opções de configuração, não existem rótulos (ou seja: comunidades pré-definidas, às quais você tem que aderir). O Orkut parece um cardápio em que existiriam duas colunas: “ gosto de” e “não gosto de”. É limitante. Por fim, o Orkut parece um teste psicotécnico. Enfim: o Blog é mais “manufaturável”, tecido fio a fio, mais artesanal. É mais confessional. Tudo tem seu lugar, certamente. Mas o que estou considerando é a contribuição dos dois veículos para traçar um perfil psicológico (mesmo que isso pareça um tanto pretensioso). Certamente o Orkut também tem seus fóruns, dentro das comunidades, aonde se debate. Mas estes debates raramente se mantém em um tom amistoso ou são levados com maior seriedade. Pode-se questionar que no Blog o universo de amigos adicionados é muito menor. Mas quantos daqueles adicionados no Orkut mantêm um contato regular conosco? Ademais, o Blog não pode ser estático. Um Blog em que não se posta não sobrevive. Já no Orkut (como no meu caso), pode-se ficar semanas ausente e as coisas continuam as mesmas. Um ou outro recado, algumas novas fotos de amigos. O Blog é do dia-a-dia. É ritual: como escovar os dentes ou tomar café. É de todo dia. Enfim: estou curtindo mais o Blog. O Blog é assim: até quando não tem do que se falar, consegue-se extrair alguma coisa. Viva o Blog !

sexta-feira, 13 de março de 2009

Conversa entre o ID e o Superego

"Vade retro belezura”. Utilizei esta expressão no meu último texto. Em tom de brincadeira. Mas tem um significado. Exorcizar o poder feminino. E que poder ! Uau ! Cruzada de pernas, o caminhar, jogar o cabelo de um lado pro outro... São tão cruéis ! Serpentes com veneno adocicado. Um homem no universo feminino é como um menino em loja de doces. Só pensa em correr pra lá e se fartar. Não, não, não ! Não vou me apaixonar por você, mesmo que tenha que arrancar meu coração fora. Imagina só, um marmanjo deste tamanho se desfazendo por causa destes cabelos negros, cheirosos, tão reluzentes ao sol... De repente, uma voz: - Ei rapaz !
- Deve ser meu superego....
- Recobra os sentidos ! Desfaça essa cara de bôbo ! - Ah ! (digo pra ele - o superego) deixa eu contemplar só um pouquinho ! Daqui parece tão inofensiva ! Superego: - Ei ! IDiota ?! Não vai cair na teia dela não, hein ! - Ai meu Deus, já ta hipnotizado ! Sai daí rapaz ! – Mas e o sorriso dela ? Deixa eu olhar só um pouquinho, não vai fazer mal ! – É assim que começa, ô bôbo. Depois cê vai ver só... toma conta do seu pensamento, vira um inferno ! Pra quê isso ? Nós tamo tão sossegadinho... Faz tanto tempo que a última “marvada” cruzou nosso caminho e fez aquele estrago. Cê sabe ! –Mas essa é diferente. Deixa eu me aproximar ? – Pra quê ? Cansou de apanhar não, ô “paiaço” ? Depois vai ser aquele chororô, e eu não vou consolar marmanjo não... cê que sabe ! – Olha lá! olha só ! Tá vindo pra cá ! Vai se sentar ao meu lado ! – Puxa conversa pro cê vê ! Desisto de falar com você ! – Pronto, sentou. Mas que perfume bom ! Enebriante. – Ai, ai, ai ! Já gostou do perfume dela... Lascou tudo ! - Falou o quê ??? Desiste de falar comigo ? Faz favor ! Ai que “mêda” ! - Tá ficando rebelde, hein ! Vaaaaii ... se declara então ! Te conheço. Se soubesse brincar... Mas não ! Logo se apaixoooona ! Desembestado ! - Mas ela olha pra mim de um jeito... Acho que essa não machuca não ! - Que que eu faço com você ? Vai lá pro cê vê... vou estragar tudo: fazer você suar, gaguejar. Olha só... Experimenta me desobedecer ! - Não é porque você é “super” que sabe de tudo. Vou mergulhar de cabeça. Ela é formosa que só... - Não queria fazer isso... Mas você me obrigou... Lembra daquela outra ? Aqueeeela ?? Parecia inofensiva. Sorriso encantador. Voz rouca. Irresistível. Pra piorar ainda tinha aquelas sardas em um rosto angelical. Um charme. Fêmea do louva-a-deus. Só desolação. - Isso é passado. Há que superar. - Ah é ? Então por que essa insegurança ? Sei que ainda pensa nela. E lá se vão sei lá quantas estações. Nem superou totalmente e já quer tentar de novo. Tá bom. Falo mais nada não. - Você venceu. Fez terrorismo hein ? Precisava ressuscitar a fulana ? Mas essa aí é tão diferente... - Ai meu Deus ! Vai começar tudo de novo ! ....
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P.S. : A foto é da Ava Gardner. Fez Frank Sinatra penar maus bocados...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Mensagens no celular

11 DE MARÇO. Desde as oito horas da manhã alguém me atormenta com mensagens via celular. É uma mulher, sem dúvida. Típico delas. Querem sondar sua vida. Saber quem é você, se tem namorada. Acho até engraçado. Resolvi entrar no jogo. Quando comecei a redigir este texto, já eram dez e cinqüenta e acho que já havia trocado umas seis ou sete mensagens. Até agora não descobri o nome dela. Não quis me dizer. Ficou ofendida quando eu disse que não confiava nas mulheres. Mas é isso mesmo. Por quê não se apresenta logo e diz: sou a fulana, quero te amar... ou quero te matar, que seja! Anonimato não ! Mas gostei do jogo... Mensagens pra lá e pra cá. Como num tango. O que quer de mim a fulana? Chamo de fulana não é por desrespeito não ! Não quis dizer o nome, é fulana. E com minúscula. Vou chamar como ? Tenho uma suspeita. Mas não pode ser, seria muita cara de pau - penso comigo. Por isso tenho dois pés atrás com as mulheres. Tem uma anedota machista que diz assim: “ um bicho que sangra todo mês e não morre não pode ser confiável...”. Exagero. Dá pra confiar um pouquinho. Bem pouquinho. E o mais estranho: liga a cobrar. Não atendo. Tenho essa premissa: ligação não identificada ou a cobrar, não atendo. Nem de mulher bonita. Quiçá desconhecida. - Não cansou de brincar de esconde-esconde ? Foi minha última mensagem. Silêncio. Que mania essa a das mulheres! Fuça Orkut, manda mensagem anônima, sonda sua vida. Ô generozinho perigoso, sô ! Se eu fosse presidente americano, todos os agentes da CIA e FBI seriam mulheres. Bin Laden já estaria frito. Em dois telefonemas elas localizariam o homem. Agente feminina: - Liga pra comadre Samira, lá em Cabul ! Ela sabe de tudo ! Mulheres... Foram tão subestimadas durantes séculos ! Erroneamente. Há uma magia nelas. Não é à toa que foram considerada bruxas em certa época. Na verdade, vamos admitir: elas sempre comandaram. Do jeito delas. Ocultamente ou não. Cleópatra, Dalila (coitadinho do Sansão !), Salomé, Evita, Margareth Thatcher... . Precisa dizer mais ? Sedução: esta é arma mais poderosa que qualquer canhão ou bomba atômica. Basta que elas se derretam na voz e qualquer soldadinho perde as estribeiras. Que Deus nos guarde, a nós homens. Mantenhamos a lucidez. Mesmo diante do rebolado mais hipnotizante. “ Vade retro” belezura ! Os cientistas deviam fazer esta experiência: conectar o cérebro masculino a um eletro-encefalograma e monitorar a atividade cerebral. Depois, fazer com que uma mulher bem formosa se aproximasse pouco a pouco do paciente. Eu aposto que a atividade cerebral do sujeito iria declinar vertiginosamente. Presa fácil. Qualquer sussurro no ouvido e o juízo do homem já era ... "There's no nicer witch than you" ... "Não há bruxinha mais linda que você" ! WITCHCRAFT – FRANK SINATRA
Those fingers in my hair That sly come hither stare That leaves my conscience bare It's witchcraft. And I've got no defense for it, The heat is too intense for it. What good would common sense for it do, 'Cause it's witchcraft, Wicked witchcraft, And although I know it's strictly taboo When you arouse the need in me, My heart says yes indeed in me, Proceed with what your leading me too It's such an ancient pitch, But one I wouldn't switch, 'Cause there's no nicer witch than you **Instrumental break** Cuz it's witchcraft, That crazy witchcraft, And although I know it's strictly taboo When you arouse the need in me, My heart says yes indeed in me, Proceed with what your leading me too... It's such an ancient pitch, But one that I would never switch, Cuz there's no nicer witch than you

terça-feira, 10 de março de 2009

Talvez melhor que o não ?

Meu último texto postado foi sobre Morrissey. Sobre como ele me influenciou. E hoje (na verdade ontem), pude constatar o efeito da “Síndrome de Morrissey” em minha vida. Ontem eu consegui o diploma de idiota do século. Mérito todo meu, diga-se de passagem. Vi aquela que poderia ser a mulher da minha vida nos braços de outro. E eu mesmo a empurrei para ele. Indiretamente. Afinal eu me conheço: ia acabar perdendo a namorada e a amiga. Melhor ficar com a amiga. O leitor deve estar pensando: É mesmo louco! Ou idiota. Talvez ambos. Maldita “Síndrome de Morrissey”. Eu mesmo identifiquei a tal síndrome. Sou o paciente. Conheço a cura, mas estou infectado irremediavelmente. Ignorância minha, reconheço. Sabe aqueles doentes teimosos ? Aqueles que gostam de cutucar a casquinha da ferida ? Prazer. O leitor deve estar se perguntando: “Do que ele tá falando?” Já esclareço. Quem conhece Morrissey sabe que ele declara que “todo relacionamento humano está destinado à falência”. Cedo ou tarde. - Nossa, que pessimismo ! (você pensou). Mas para Morrissey é assim. Ele é celibatário. Não é que não acredite no amor. Apenas acredita que é mais fácil ganhar na mega-sena do que ser feliz nele (estou ficando repetitivo, isto é preocupante). E pensando friamente, Morrissey tem razão: a chance de ganhar na mega-sena, com uma aposta simples, é de uma em 50 milhões. Ou seja: se você tem problemas financeiros, a loteria não é uma alternativa. Definitivamente, meu caro. Se você está infeliz, é mais provável que um relacionamento acentue a insatisfação do que a solucione. Depositar suas esperanças em um “amor”, de uma pessoa humana como você, egoísta como você, instável como você... loucura. Se for pra fazer besteiras vida afora, melhor fazer sozinho. E há outra questão para a qual as pessoas não atentam: se você não for feliz sozinho, nunca poderá sê-lo com outra pessoa. A matemática é a seguinte: uma pessoa amarga + outra pessoa amarga = briga toda hora. Uma pessoa amargurada + mulher dos seus sonhos = você culpado por não corresponder + mulher dos seus sonhos irritada e hostil. Solução para esta equação: X+Y = se não estiver 200% feliz consigo, bem resolvido, nem tente se aproximar de outra pessoa. Vai soltar faísca mais cedo ou mais tarde. Mas as pessoas gostam de brincar com fogo... Principalmente as mulheres. Parece que elas tem um detector natural de encrencas. Se você colocar uma mulher em um recinto com 50 homens e pedir para ela puxar conversa com um deles, certamente ela vai escolher o mais problemático. É batata. A polícia poderia utilizar este método para identificação de suspeitos. Policial: - “Ela tá se aproximando daquele ali. Ele deve ser o culpado !”. Não entenda isto como algo pejorativo em relação às mulheres. Penso que deve estar relacionado com o instinto maternal delas. Necessidade de cuidar. É por isto que elas costumam reclamar: - “ - Meu namorado é tão pacato! Quando eu ligo no celular, ele atende ! É muito atencioso. Gosta de me escutar. Não agüento mais, vou terminar !” Depois elas dizem que tá difícil encontrar homem legal... Não as culpo não. O instinto maternal - esse é o problema. Quando o homem é acima da média, elas ficam desmotivadas. Não tem bagunça, nada pra se arrumar nele. Elas gostam do desafio. Veja bem, faça a experiência: coloque uma mulher sozinha em uma sala arrumada e observe. Se em alguns minutos ela não tirar alguma coisa do lugar, não re-arrumar um quadro, não ajeitar o tapete, tá doente. O texto era pra ser sobre resignação. Sobre " já vi este filme antes ”, “ não vai dar certo ”. Mas terminei descambando a divagar sobre a alma feminina. Admito: a alma feminina me fascina e intriga. Pensam tão diferentemente de nós homens. Nunca vou entender. Fico observando e rindo. Como gostam de quebrar a cabeça estas nossas irmãs ! Preciso de um namorado (ouvi uma dizer uma vez). E isto é algum gênero alimentício ? Então como você “precisa” ? Você quer, não necessariamente precisa. Por estas e outras o apóstolo Paulo acertadamente aconselhou "aos que estiverem solteiros... que permanecessem assim". Muito sábio. Assim se está mais livre para se dedicar ao transcendente. Não se pode transcender quando alguém está sempre levantando questões como : "Por que o senhor tá usando este perfume?" ou "Isto são horas de se chegar em casa ?".
Costumo filosofar: “ qualquer dia desses as pessoas vão ter um gesto de loucura e decidir voltar a ser humanos”. Porque há muito já não o somos inteiramente. Viver hoje é claustrofóbico. Sabe por quê os casamentos hoje não dão certo? Porque esperamos tanto dele.... Antigamente não. Todo mundo sabia que casamento era aquilo mesmo: filharada pra cuidar, tanque, fogão, a mulher enrugando, perdendo o viço. Mas tudo com muita ternura. Afinal a vida é assim. Hoje não. As pessoas se casam em um conto de fadas. E quando a carruagem vira abóbora, não sabem o que fazer com isto. Menores expectativas, menores frustrações. “No alarms and no suprises”...
P. S. :
Tudo conversa fiada. Quanto mais gosto de uma mulher procuro me manter distante. Não admito a paixão. Acho um gesto irracional. Te deixa vulnerável. Oh, droga, que cabeça dura ! Não sofrer é mais sofrível que o sofrer. Porque é nada. E o nada é mais angustiante. Mas ainda acho mais vantajoso. Casquinha de ferida...
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TO ME YOU ARE AN WORK OF ART
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I live a life I feel the pain To sing this song To tell the tale I wish I never even heard the song
I see the world It makes me puke But then I look at you and know That somewhere there's a someone who can soothe me
To me you are a work of art And I would give you my heart That's if I had one
I see the world It makes me puke But then I look at you and know That somewhere there's a someone who can soothe me
To me you are a work of art And I would give you my heart That's if I had one, had one
To me you are a work of art And I would give you my heart That's if I had one
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Para Mim Você É Uma Obra De Arte
. Vivo uma vida Sinto uma dor De cantar esta música De contar a história Eu queria nunca nem ter ouvido a canção
Eu vejo o mundo
Ele me faz vomitar Mas aí eu olho para você e sei Que em algum lugar existe alguém capaz de me reanimar
Para Mim Você É Uma Obra De Arte Dar-lhe-ia meu coração, isso se eu tivesse um
Vivo uma vida Sinto uma dor De cantar esta música De contar a história Eu queria nunca nem ter ouvido a canção
Para Mim Você É Uma Obra De Arte Dar-lhe-ia meu coração, isso se eu tivesse um
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P. S. : É... NÃO HÁ SITUAÇÃO DEPRIMENTE QUE MORRISSEY NÃO CONSIGA DESCREVER.
P. S. : A FOTO E A FRASE SÃO DA POETISA CLARICE LISPECTOR.