segunda-feira, 13 de abril de 2009

Be-a-bá do Rock

Domingo (portanto ontem) me lembrei de uma banda que não escutava há muito tempo. Muito tempo mesmo. O Rush. Banda canadense com quase quarenta anos de estrada, ela já foi minha preferida durante a infância e pré-adolescência. Interessante esse negócio da música. Parece que o gosto da gente é cíclico. Já havia escrito algo mais ou menos a respeito antes. Acontece que pelo Rush tenho um carinho especial. Foi ouvindo Rush que comecei a apreciar Rock’n’Roll, influenciado por meu Tio Robson.
A história de como descobri o Rush é que não é nada interessante. Não tem nada de especial, pelo contrário. Para os aficcionados pelo Rock’n’Roll e pela banda, talvez seja até uma heresia. Mas acho que minha “descoberta do Rush” talvez seja semelhante à de muitos fãs brasileiros. Você já deve estar matando a charada. Sim! Foi através do seriado “MacGyver”, mais conhecido como “Profissão Perigo” no Brasil. Aos primeiros acordes da introdução da música “Tom Sawyer” eu, ainda bem garoto, me arrepiava. Tondon-don-don-don ! Tondon-don-don-don .... The river !
Então um belo dia, estava eu na casa da minha avó materna. Como de costume, meu tio no quarto dele, em meio à uma coleção de vinil que tinha mais de 600 discos (descobri mais tarde). Era o hobby dele, passava o fim-de-semana limpando os vinis com uma flanelinha, catalogando. E ouvindo música, claro ! Foi então que ouvi aqueles acordes iniciais de “Tom Sawyer” e exclamei: - a música do MacGyver ! – Tio, de quem é essa música ? – É do Rush ! – Grava pra mim ? – É só você me trazer uma fita semana que vem que eu gravo. Fala com sua mãe. –Tá bom !
Na semana seguinte tava lá. Levei a fita, e enquanto ele gravava, aproveitou para ir me “catequizando”. Até então, não conhecia muito das bandas de rock’n’roll. O que conhecia de música era do rádio. Do jeito que os meninos da minha geração podiam fazer: agente ficava escutando as FMs. Deixava aquela fita preparada para gravar: apertava PAUSE/REC/PLAY. Quando passava uma música que você achava legal, liberava o PAUSE. Era a forma de um garoto de oito, nove anos consumir música. Não tinha internet pra baixar. Nem mesada. Era no radinho mesmo. Coisa precaríssima e às vezes até ridícula. Junto com a música agente cansava de (quase sempre) gravar também o locutor. Tosco: - “ e esse foi o “Ruchi”, com “Tom Saier” ”. Era assim mesmo que os locutores diziam. Inglês de “crasse”. Acho que era Rádio 98 aqui em Montes Claros. A primeira a ter programa só de rock’n’roll.
Depois fui conhecendo mais. Tio Robson gravou outras fitas. Do Rush, Led Zeppellin, Pink Floyd. Eu escutava até gastar. Mas o Rush sempre teve lugar especial no meu coração. Se fosse uma disciplina, a música do Rush poderia se chamar “Introdução ao Rock’n’Roll I”. E o melhor: rock progressivo, que prima por acordes elaborados, músicas longuíssimas, trabalhadas. Muita gente acha chato, massante. Principalmente quem é mais chegado ao punk, que representa a simplicidade, três acordes e pronto. Mas pra mim o rock progressivo é arte pura. É a música clássica do século XX. Não me importo de escutar um solo de guitarra de dois minutos. Você viaja. Além disso o rock progressivo trouxe muitos elementos para o rock. Enriqueceu o estilo. Começou com os Beatles, depois o Led Zeppellin, trazendo instrumentos indianos exóticos, depois veio a era dos sintetizadores. Mas isto é uma outra estória... Viva o Rush! Valeu Tio Robson !!!!
The Trees(tradução)
Rush Composição: Indisponível
As Árvores
Há inquietação na floresta
Há problema com as árvores
Pois os bordos querem mais luz do sol
E os carvalhos ignoram seus argumentos.
O problema com os bordos,
(e eles estão totalmente convencidos que estão certos)
Eles dizem que os carvalhos são muito altos
E eles capturam toda a luz.
Mas os carvalhos não podem evitar seus sentimentos
Se eles gostam do jeito que são feitos.
E eles se perguntam por que os bordos
Não podem ser felizes em suas sombras.
Há problema na floresta,
E as criaturas todas fugiram,
Enquanto os bordos gritam “Opressão”
E os carvalhos, apenas mexem suas cabeças
Então os bordos formaram um sindicato
E exigiram direitos iguais.
“Os carvalhos são muito gananciosos;
Nós os faremos nos dar luz.”
Agora não há mais opressão dos carvalhos,
Pois aprovaram uma lei nobre ,
E as árvores são mantidas todas iguais
Por machadinhos, machados e serrotes.

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