quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sobre a estranheza ...

Hoje um velho amigo me falou uma coisa que me encucou. Vou ser direto: foi o Leandro. Sei que ele não gosta de ser citado. Me desculpe Leo, mas você vai ficar registrado. Ele me disse assim: - entrei no seu Blog, no do Moisés e no do Mendel. Tem umas coisas estranhas lá... - É, realmente. Estranhas. Então pensei: vou escrever sobre isto. E por onde começarei ? Pela estranheza, mais precisamente a palavra “estranho”, em sua etimologia – paro de escrever um instante para pesquisar - Onde eu estava mesmo ? Há ...“estranho” ! Vamos lá ! Definição do dicionário:
Estranho adj. (Lat. extraneus). 1. Contrário ao uso, ao normal ou ao esperado. 2. Incomum, insólito, extraordinário. 3. Exterior, estrangeiro, externo. 4. Desconhecido, misterioso. 5. Que não tem nenhuma relação como o assunto ou tema; alheio. 6. s.m. Indivíduo estrangeiro. 7. s.m. Pessoa que não conhecemos. 8. s.m. Aquilo que se estranha.
É... o Leo definiu bem o perfil dos nossos Blogs. E pensando bem, fiquei feliz ao ler o verbete. Quando criei o RARERIRORUY, queria exatamente que fosse “não usual”, “anormal” e “inesperado”. Enfim, estranho. Não no sentido de querer chocar ou aparecer. Nem mesmo há o desejo de causar boa impressão. Não ! Mas que pudesse trazer algo novo. Primeiramente para minha vida, já que há muito eu havia perdido o gosto pela escrita, estava descrente mesmo (culpa do Schopenhauer - o que não vem ao caso agora). Então ao conhecer o Blog do Moisés (primeiramente) e depois o do Mendel, pensei: - “Por que não” ? E bebi um bocado na fonte desses dois blogs. Do Moisés confesso que aprendi a fazer textos mais confessionais. Já quanto ao Mendel gostaria de escrever com toda aquela “loucura” e clima de realismo fantástico de alguns de seus textos, em forma de crônica.
O fato é que não faria sentido criar um texto, contar uma história ou inventar um caso se fizéssemos do jeito que a nossa vida costuma ser: "amarradinha". Ou seja, sem "subversão". Entenda bem: não estou propondo barricadas na rua ou coisa parecida, mas o direito de dar vazão à imaginação, ao tal de "eu-lírico" que tanto estudamos no 2º grau e no cursinho e que pensávamos que só existia para passar no vestibular. Não ! Esse tal de "eu-lírico" existe e representa um direito nosso (do cidadão comum), que simplesmente deseja escrever. Qualquer bobagem que seja !
Para mim não teria sentido me dar ao trabalho de sentar-me à frente do computador e escrever coisas lugar-comum (apesar de ter feito isso no 1º de Abril, intensionalmente). Falar de festinhas, badalação. Aqui pra mim é o "lugar da Náusea". Quem conhece a obra de Jean Paul Sartre sabe bem o que é isso. Escrever sobre a vida, sobre sua beleza ou sua feiúra em muitos momentos pode ser enauseante. Há dias em que você consegue tirar o melhor de você. Mas há dias também em que só o pior quer vir à tona.
Voltando à definição do "pai dos burros", vulgo dicionário: se estranho é aquilo que é incomum ou insólito, entendo que ser estranho seja até estimulante. Tudo isto apesar de achar que meu texto tem muito a melhorar, tanto em conteúdo quanto em linguagem. Mas tudo bem, o que vale é a brincadeira. Afinal pra mim é a estranheza que faz toda a beleza. Não é à toa que o Brasil tem as assim consideradas mulheres mais belas. Afinal, citando mais uma vez o dicionário: aquilo que é estranho é incomum e nisto reside a sua "beleza", mesmo que não seja a convencional.

Um comentário:

  1. Belo texto, Ruy. Leo não sabe, mas ele é um dos caras mais estranhos que conheço...
    Vamos continuar a exercer esse nosso direito! E se for preciso, que sejam colocadas barricadas nas ruas!

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