quinta-feira, 30 de julho de 2009

Acídia - Texto revelador

Os vícios capitais na enumeração de São Tomás de Aquino são: vaidade, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e acidía. A acidía é a tristeza pelo bem espiritual, acidez, queimadura interior do homem que recusa bens do espírito e durante muitos séculos foi considerada um defeito capital. A tristeza e a acidía não costumam, ao contrário de outros vícios de que falamos anteriormente, originar-se por uma motivação exterior. Freqüentemente afligem amarissimamente os solitários que vivem no ermo distantes do convívio dos homens. É verdadeiro, a quem quer que tenha vivido nesta solidão e tem experiência dos combates do homem interior, facilmente o comprovar. São Tomás afirma "(..) o vício capital é aquele do qual naturalmente procedem outros vícios. E assim como os homens fazem muitas coisas por causa do prazer - para obtê-lo ou movidos pelo impulso do prazer - assim também fazem muitas coisas por causa da tristeza: para evitá-la ou arrasados pelo peso da tristeza. E esse tipo de tristeza, a acidía, é convenientemente situado como vício capital". Este mal pode levar tanto à inação quanto a uma inquietude, uma ação desenfreada.
O santo ainda adiciona "A tristeza é, entre todas as paixões da alma, a que mais causa dano ao corpo (...). E como a alma move naturalmente o corpo, uma mudança espiritual na alma é naturalmente causa de mudanças no corpo." O santo ainda recomenda que qualquer tipo de prazer é remédio contra a tristeza: lágrimas, solidariedade, contemplação da verdade, banho e sono.
A acidía é o tédio ou tristeza em relação aos bens interiores, ao bem espiritual divino em nós. Em sua dimensão que produz inação, a acidía caracteriza-se pela veemência da tristeza, que imobiliza o homem, retardando a ação; é em si uma tristeza agravante, pesada, isto é, paralizadora. Há dois vícios capitais que são tristezas: acidía e inveja. A acidía é a tristeza pelo próprio bem espiritual enquanto a inveja é pelo bem alheio. São Tomás ao comentar que alguns autores estabelecem uma correspondência entre os sete dons do Espírito Santo e os sete defeitos capitais, indica que o oposto da acidía seria o dom da fortaleza, o esforço por não se deixar dominar por essa acidez da alma.
Na ligação entre acidía e desespero, o santo faz uma observação psicológica: chega-se à situação de considerar que o bem árduo seja impossível de alcançar por si ou por outro, por meio de um profundo abatimento, que, quando chega a dominar o afeto do homem, parece-lhe que nunca mais poderá empreender algo de bom. E como a acidía é uma tristeza que abate o espírito, ela gera o desespero. Ora, a esperança tem por objetivo próprio aquilo que é possível, pois o bem e o árduo, dizem respeito também a outras paixões. É observado que o homem triste não pensa em coisas grandes e belas, mas só em coisas tristes, a menos que por um grande esforço - lembremos que a acidía se opõe à fortaleza - afaste-se das coisas tristes.
A primeira das filhas da acidia é o desespero. Paralizada pela vertigem, pelo medo das alturas espirituais e existenciais a que Deus o chama, a acidía não encontra ânimo nem vontade de ser tão grande como realmente está chamado a ser; abdica do "torna-te o que és". Gregório enumerou as filhas da acidia: desespero, pusilanimidade, torpor, rancor, malícia e divagação da mente. Queimado por essa tristeza - existencialmente suicida - e movido pela queimadura de sua acidez, surge a dispersão da mente, a renúncia a seu centro interior e, portanto, entrega-se ao abandono à torre do espírito, para derramar-se no variado, buscando afogar a sede na água salgada das compensações e prazeres de uma atividade desenfreada: falatório inócuo, agitar-se, mover-se, a incapacidade de concentrar-se em um propósito, um afã desordenado de sensações de conhecimento, vícios em prazeres da carne.Mesmo uma descrição breve das filhas da acidía, torna evidente seus perigos: o desenraizamento, a abdicação do processo de auto-realização profunda do eu, que passa a espalhar-se no variado, etc. Pascal afirma que toda a infelicidade do homem procede de uma única coisa: ele não poder estar a sós consigo mesmo em um quarto, hoje, mais do que nunca, essas possibilidades de dispersão estão disponíveis e encontram-se -potenciadas ao máximo - por toda parte.
Há um desejo de ver que perverte o sentido original da visão e leva o próprio homem à desordem. O fim do sentido da vista é a percepção da realidade. A 'concupiscência dos olhos', porém, não quer perceber a realidade, mas ver. Agostinho diz que a avidez dos gulosos não é de saciar-se, mas de comer e saborear. A preocupação deste ver não é a de aprender e, fazendo-o, penetrar na verdade, mas a de se abandonar ao mundo em seu Ser e Tempo. E a acidía é aquela tristeza modorrenta do coração que não se julga capaz de realizar aquilo para que Deus criou o homem. Essa modorra mostra sempre sua face fúnebre, onde quer que o homem tente sacudir a ontológica e essencial nobreza de seu ser como pessoa e suas obrigações e sobretudo a nobreza de sua filiação divina: isto quer dizer, quando repudia o verdadeiro ser, o ser real dentro de si. A acidía se manifesta na dissipação do espírito, que se mostra na tagarelice, na apetência indomável de 'sair da torre do espírito e derramar-se no variado', numa irrequietação interior, na inconstância da decisão e na volubilidade do caráter e, portanto, na insatisfação insaciável da curiosidade.
A perversão da inclinação natural de conhecer em curiosidade pode, conseqüentemente, ser algo mais do que uma confusão inofensiva à flor do ser humano. Pode ser o sinal de sua total esterelidade e desenraizamento. Pode significar que o homem perdeu a capacidade de habitar a si próprio; que ele, na fuga de si, avesso e entediado com a aridez de um interior queimado pelo desespero, procura, com angustioso egoósmo, em mil caminhos baldados, aquele bem que só a magnânima serenidade de um coração preparado para o sacrifício, portanto, senhor de si, pode alcançar: a plenitude da existência, uma vida inteiramente vivida. E porque não há realmente vida na fonte profunda de essência, vai mendigando, como outra vez diz Heidegger, na 'curiosidade que nada deixa inexplorado' a garantia de uma fictícia 'vida intensamente vivida' .

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Me dá dinheiro q'eu rasgo

Meu irmão diz que sou louco ( esquizofrênico mais precisamente). Ontem ele diagnosticou. Ele é médico recém formado. Não me disse isso à toa não. Estava fazendo uma crítica a uma mania que eu tenho: de divagar muito. De literalmente “viajar” em minhas considerações. Sei que sou muito inconsistente, vejo conspiração em tudo. Mas na verdade não creio em muitas das bobagens (será que são bobagens ?) que digo. Com todo respeito, acho que ele tem muito que aprender. Não é porque ele leu uns dois livros de psiquiatria que sabe tudo sobre comportamento humano. Espero que ele esteja errado ( se Deus quiser ! )
O caso é que eu disse a ele e a meu pai ontem: o mundo não gosta de gente que pensa. Essa gente é muito perigosa, não é mesmo ? Galileu, Copérnico ... gente desse tipo tem que ser trancafiada. O mundo quer é gente que não questione. Que continue fazendo tudo como o nosso bisavô fazia. Um exemplo: tem gente que cisma que o microondas não aquece o leite igualzinho ao fogão. O fogão é que é bom ... você quer tomar um copo de leite e tem de ferver meio litro. Tá de brincadeira !
As minhas divagações, não as levo a sério não. Embora às vezes seja muito incisivo ... É que se você não levantar questões, mesmo que sejam idiotas, e deixar esses racionalistas tomarem conta, logo teremos pessoas se comportando como andróides.
Existe muita coisa que não está nos livros. Por não ser conhecida ou por ser subestimada. Um exemplo disto é um dos meus últimos posts, sobre Democracia. Você não vai encontrar nenhum livro ( principalmente secundarista) que questione o modelo democrático. Mas isto não impede um jovem de pensar a respeito. Contudo se ele não escrever em sua prova de História “ipsis litteris” como disse o professor, “toma pau” na matéria. Então o aluno decora tudo e reproduz na prova, para agradar o “teacher”. Depois vem este mesmo professor e se queixa que “essa juventude não pensa”. Pensar como ? Pensar pra quê ? Já tem o roteirinho de sua vida pra você seguir...
Pense bem: tem muita coisa no mundo que não faz muito sentido. Se um extraterrestre viesse à Terra iria nos ridicularizar por muita coisa. Por exemplo, o dinheiro. O que é o dinheiro ? É um pedaço de papel que pode ser “trocado por coisas”, basicamente. Ele tem um valor impresso, e o Estado garante o seu valor. Mas não é um tanto frágil ? Suponhamos que acordássemos amanhã e ninguém quisesse aceitar dinheiro ... Você tentaria comprar comida e o comerciante diria: - “Não aceito dinheiro, não acredito nele”. Muitos ficariam pobres da noite pro dia. O dinheiro funciona porque é uma convenção social. Pra ser mais claro: é uma crença, eu acredito que posso trocar aquele papel por qualquer mercadoria. Um ET que desconhecesse isto, provavelmente rasgaria uma cédula. Isto porque um pedaço de papel valer o mesmo que 10 quilos de feijão ou arroz não faz muito sentido não .... quanto tempo se sobrevive com um pedaço de papel apenas ? Se você fosse o Robinson Crusoé, que utilidade teria uma cédula de 100 dólares numa ilha deserta ? Sei que é uma comparação idiota, mas se não fosse a capacidade de abstração do ser humano, o dinheiro e até os numerais nunca teriam vingado.
Loucura é levar tudo a sério. Esse mundo é uma piada sim. Louco pra mim é um cara feito o Bush gastar mais de um bilhão de dólares por dia para financiar uma guerra, enquanto este dinheiro poderia erradicar a fome de boa parte do continente africano. Conclusão: se você for ser louco, seja dos grandes. Porque os pequenininhos só se ferram.
Balada Do Louco
Os Mutantes Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

terça-feira, 28 de julho de 2009

Urucubaca no esporte

A televisão brasileira tens uns caras sem noção ... O Galvão Bueno por exemplo... Tá lá, há “uma semana” na Hungria, em frente ao hospital, reportando notícias do Felipe Massa. Sei não ... mas desconfio que o Massa não teve alta ainda porque o Galvão é muito pé frio. Tá empatando, pô !

Repara só: o Galvão foi pra Hungria narrar Fórmula 1. No mesmo dia (Domingo), a seleção de vôlei masculina disputou a final da Liga Mundial, na Sérvia ... e ganhou !!! Imagina se fosse o Galvão narrando... Eu não sou supersticioso, mas tem umas coisas que os narradores dizem que parece fazer efeito “pára-raio de desgraça”. Vou dar um exemplo: no último Domingo, assistia eu o jogo entre o Santos e o Flamengo, realizado na Vila Belmiro. Então o narrador a certa altura informou: - “ o Flamengo NUNCA ganhou do Santos aqui na Vila pelo Campeonato Brasileiro ...” Adivinha o que aconteceu ? O Flamengo ganhou ! Êêê boca ! Eu tenho muito medo quando esses comentaristas esportivos informam a existência de algum tabu. Parece que ao proclamar um tabu todas as forças do universo começam a tramar para que ele caia por terra.

Mas voltando ao Felipe Massa: outro que tem que tomar um banho de sal grosso é o Rubinho. Vamo lá, me diz aí: matematicamente, quais são as chances de uma mola se soltar de um carro e atingir justamente a cabeça do piloto que vem no carro de trás ? Fala sério !

Ah, voltando agora ao Galvão ( deixo claro que respeito todas as religiões) - achei interessante quando o Galvão pediu : “ - a você de qualquer religião, faça as suas orações pelo Felipe”. Ele quis dizer o quê com isto ? Se você for macumbeiro, por exemplo .... faça seu “despacho” pelo Felipe ? Aí tem que fazer o quê ? Pegar um capacete, encher de farofa, frango e botar numa encruzilhada ? Já tem gente com o “corpo fechado”. Agora “vamo” criar uma nova categoria: “gente com capacete fechado”.... Então vão ter aqueles comentários: - “ Cumadi, cê viu o filho da vizinha ? Caiu de moto, rachou o capacete ... e não morreu !” – “Pois é menina ... acho que ele tem o capacete fechado !”

O povo brasileiro deve ser o mais supersticioso do mundo. E pior que isto, são as frases de efeito. Tem uma particularmente que eu estava pensando que só pode dar errado: “pense positivo”. Então comecei a pensar: no colégio a gente aprende em eletricidade que “carga positiva atrai negativa”... logo: pensamento positivo atrai o que é negativo !!! Eureka ! É esse o problema do Brasil – il –il : nós tamo pensando positivo demais. Tem que pensar mais negativo para atrair o positivo ( a carga oposta ).

O brasileiro é muito místico. Vê o azar em cada esquina. Em tudo tem algo sobrenatural, mágico, transcendental. Peraí, não é assim. Alguns começaram a dizer do Rubinho: - “ a peça só podia ter se soltado do carro daquele pé-frio mesmo”. Calma, o cara não é pé-frio não... é RUIM mesmo ! Azar pra mim tem essa definição: “azar é quando a sua incompetência vem à tona”. Tava lá , escondidinha ... surgiu a chance ... vem à tona. Pára de implicar com o Rubinho, Brasil ! Pilotos como Senna e Schumacher não dão na horta. É simples assim. Melhoras para o Felipe Massa ... vamo correr com um pé de coelho no macacão agora... mas isto também pode dar azar ... se a Sociedade Protetora dos Animais descobrir .

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Democracia Existe ?

Ontem ouvi de um jurista - Doutor Ives Gandra Martins - uma frase que já conhecia e que é certíssima: “ só há duas certezas na vida: a morte e pagar imposto”. Realmente: essa peste do imposto nos acompanhará do nascimento até o óbito ( e quiçá além disso).
Desde muito jovem gostava de me sentir “politizado”. Me lembro de aos 12, 13 anos, torcer pra candidato e bater boca com vizinha a respeito do candidato dela e do meu. Até que em certo ponto, pra encurtar a conversar ela me disse: - ô moleque, cê nem vota... . Golpe baixo, aí me silenciei. Até então eu acreditava em Democracia e blá-blá-blá. Mas fiquei com uma pulga atrás da orelha: - quer dizer que se eu não voto não posso ter opinião ???. Mas tudo bem. A vida foi correndo até que entrei na Universidade, e logo no primeiro período, na disciplina ciência política outro grilo entrou em minha cabeça. Um belo dia o professor fez a seguinte pergunta à classe: - “o Brasil é um país democrático” ? Em quase uníssono a turma respondeu: - Siiiim !. E eu pensando: mas que pergunta mais besta ! ta parecendo cursinho isto aqui !. Então o professor perguntou novamente: - “ vocês têm certeza” ? E eu pensando: - “aonde esse cara quer chegar ?” Ele então começou a nos questionar: - quando vocês tentam ser atendidos em um posto de saúde, conseguem sê-lo satisfatoriamente ? A escola pública que muitos de vocês freqüentaram lhes dá condição de concorrer de igual para igual com quem paga escola particular ? ... As perguntas foram se sucedendo e sem que o professor explicasse, a classe foi compreendendo: Democracia não significaria o direito ao voto pura e simplesmente. Significaria IGUALDADE. Significaria igualdade de competir. Significava que ricos e pobres teriam a mesma oportunidade. SONHA ALICE !
Foi neste momento que eu acho que comecei a ter uma mudança de paradigmas. Eu explico: desde criança eu admirava os empreendedores. Meu sonho era ser um grande empresário ou industrial. Acreditava no sonho americano. Um pouco influenciado pelo meu pai. Um pouco pela minha própria personalidade. Quando aos 12 anos discutia política com minha vizinha (que devia ter uns 17 ou 18 ), eu a "zoava" porque ela era eleitora do Lula ( que pra minha concepção na época era um vagabundo, baderneiro, que queria tomar os bens de quem havia lutado muito para distribuir aos outros vagabundos e outros clichês). Essa era a minha crença. Essa era a informação que um pré-adolescente sem leitura ou experiência de vida, cuja única opinião que tinha acesso era a do pai e do avô possuía. Então você chega na Faculdade e um professor traz esse “ questionamento maluco”. Depois você tem acesso a livros de Marx, Durkheim e Engels. E pensa: - “ a história não é bem como eu pensava ...” Nem sempre os bem suscedidos jogaram “conforme as regras”, e nem sempre alguém é pobre porque é “vagabundo” ou “burro”. Tinha muito caroço neste angu. A livre iniciativa não é tão livre assim. Ora pois, vivemos uma grande mentira !
Comecei a enxergar a esquerda com outros olhos. Tive a oportunidade de assistir palestras com sem-terras na faculdade. De repente vi que existem pessoas que sempre foram despojadas de tudo. Gerações e gerações de famílias que não tiveram qualquer oportunidade. Aonde está a democracia nesta hora ?
Mais tarde em minhas leituras minha cabeça entrou em parafuso de vez: ao ler Rousseau, tomei conhecimento do “Contrato Social”. Minha impressão era que parecia muito justo. De uma forma simplória era isto: eu, como homem, me encontro livre na natureza. Posso fazer o que me der na telha. No entanto, para que conviva em harmonia com outros homens, abro mão da chamada “auto-tutela”, que é a possibilidade de fazer justiça com as próprias mãos (o olho por olho) e o Estado me garante que não terei meu direito violado, e se o tiver, ele me tutelará. Muito lindo e romântico. Isto se não houvesse um poder invisível chamado dinheiro ou influência. Então, os homens que seriam todos iguais ... ( como propunha a Revolução Francesa ) nunca o são. Quem tem mais, pode mais. Neste momento, o Estado, que foi criado para corrigir as desigualdades, acaba por acentuá-las.
Na verdade qualquer sistema político é um “sistema de crenças”. Como uma religião. É por isto que o comunismo precisava de tantos “símbolos” ( a foice e o martelo ), o próprio Lênin, Che Guevara. Se dizia “ateu”, mas tinha seus “ídolos” e crenças e promessa de paraíso ( o governo do Proletariado ).
Desta forma, quando desacreditei de tudo ( o capitalismo era uma estória da carochinha e o comunismo um delírio inalcansável) , me surgiu uma terceira via: o "nada". E o “nada” eu encontrei através dos filósofos existencialistas. Jean Paul Sartre entrou na minha vida. E juntamente com ele, na via da política, o anarquismo. E na via artística, Morrissey. E juntamente, na via psicológica, a depressão. Aí pode-se imaginar: um depressivo, anarquista e revoltado. Um homem-bomba suicida em potencial. Era isto aí.
Infelizmente este coquetel faz de você uma pessoa cínica e por vezes intratável. Ao ponto de você rir-se da morte. Zombar dela. Zombar da vida. Zombar de qualquer proposta. Não quero nada. O mundo caminha pra destruição e todos os que tentam lutar para mudá-lo ou para mantê-lo como está perdem tempo. Eu era assim. E sentia que Deus me amava, mas dizia pra Ele: - Senhor, não perca Seu tempo comigo ! Queria era ver o circo pegar fogo. Quando via uma desgraça pela televisão pensava comigo: - “Tá vendo ? o mundo é uma porcaria mesmo e nós tamo tudo ferrado e é isso aí ”. Lembro-me de uma coisa da qual me envergonho: no 11 de setembro, eu presenciei ao vivo, pela televisão. Fiquei triste enquanto pensava se tratar de um acidente. Quando soube que era um atentado, tive uma alegria momentânea. Me envergonhei rapidamente. Pensei nas vítimas. Afinal, não se tratava de um vídeo-game. Mas que “eles”, os Yankees procuraram, procuraram – pensava. Mas era estupidez. Ao final das contas, todos somos vítimas e algozes. Ninguém totalmente puro ou inocente. Quem vive neste sistema capitalista é como uma prostituta: sabe que é explorado, mas também se deleita com o produto do seu “serviço”. Por mais degradante que este seja.
Agora meu ditado preferido passou a ser: “ cada povo tem o governo que merece”. E é verdade. Se somos massacrados com imposto e não reclamamos, se não fiscalizamos nossos políticos e cobramos deles, merecemos esta carga nas costas.
Se não me engano, no Livro de Samuel ou Reis, ( não sei bem) na Bíblia, o povo de Israel pede a Deus que lhes permita eleger um Rei. – “Queremos alguém que nos governe, que lidere Israel”, pediram os israelitas. Então, quando o povo mais tarde começou a reclamar da tirania do Rei, Deus respondeu ao profeta: - “Mas não foi este povo que quiz um governante, alguém que os liderasse ? Agora agüentem !” (palavras minhas). Ao designarmos líderes, queremos abrir mão de governar nossas próprias vidas, por preguiça ou conveniência (assim penso eu). Mas já que os designamos, deveríamos ao menos fiscalizá-los ( pra quem acredita em Democracia ). Eu já penso que qualquer forma de governo é tirânica por princípio. Onde já se viu alguém que monopoliza o uso dar força ser “bonzinho” ?
Aonde eu queria chegar com isto tudo ? Democracia é um conceito grego, bem diferente da democracia moderna, criada pelos americanos. E a democracia original é impraticável. Não dá para atender aos anseios do povo porque simplesmente eles quase nunca coincidem com os da elite. Simples assim. Mas você agora pensou: - Mas eu voto !! Tudo bem... mas você não escolhe quem serão os candidatos, e sim os partidos. Portanto você escolhe entre o "Zé Porqueira" e o "Tião Vale Nada". Há uma falsa idéia de que a sua opinião é levada em conta. E realmente não o é. Outro aspecto: é impossível eleger-se vereador se não se tiver algumas dezenas de milhares de reais para gastar em campanha. Como um simples trabalhador pode conseguir se eleger ? Ou ele faz um corpo-a-corpo ferrenho ou entra no esquema do partidão. Assim, não dá pro “Zé-das- Couve” se eleger vereador sem se vender. Principalmente em grandes centros.
É... neste texto eu divaguei demais. Mas o fato é que Democracia não existe. Queria que o Estado me provasse o contrário. Quem sabe daqui uns 500 anos...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Há 40 anos se pisava na Lua ...

Parece-me que nestas últimas semanas somente um fato consegue fazer os americanos esquecerem-se da fatídica morte de Michael Jackson: o aniversário de 40 anos da “chegada” do homem na Lua. Este sim um evento que parou literalmente toda a humanidade. Talvez tenha sido o primeiro evento global acompanhado maciçamente por bilhões de terráqueos. O próximo seria a Copa do Mundo do México em 1970, que não mostrava astronautas, mas tinha uma seleção brasileira de “outro mundo” literalmente: com Pelé, Gerson, Rivelino e companhia.

Voltando ao assunto chegada à Lua: ela é um desses eventos que alimenta teorias conspiratórias. Assim como a morte de Elvis e mais recentemente a de Michael Jackson. Milhares, talvez milhões de pessoas no globo ainda hoje não crêem que o homem tenha chegado à Lua. Tenho exemplo em minha própria família. Tem uma tia minha que sempre diz : - “há, aquilo lá é ‘montagem’, coisa de televisão. Onde já se viu o homem pisar na Lua meu filho ?!...”. E eu sempre tento explicá-la, convencê-la, mas em vão. A minha tia não vai aceitar nunca.

Mas também tem muita gente séria ( na acepção científica do termo) que também questiona a corrida espacial. Esta desconfiança seria até natural na época da Guerra Fria. Hoje não teria sentido. Durante a Guerra Fria a propaganda de ambos os regimes (capitalista e socialista) era ferrenha. Os dois lados queriam a todo custo provar que eram superiores. A União Soviética saiu na frente, colocando Yuri Gagarin em órbita. Os americanos ficaram estupefatos. Em um documentário do Discovery Channel que assisti semana passada, há uma cena engraçada. Um cientista americano da época questiona: “ – mas eles não conseguem nem fabricar uma geladeira .... como é que fizeram um foguete ?” – referindo-se aos soviéticos. A resposta está numa piada que uma professora de Geografia contou uma vez no colégio. Dizem que os cientistas americanos responderam aos seus generais: - “os alemães deles são melhores que os nossos” ... . Hoje se sabe que foram os nazistas que criaram o foguete e o avião a jato. No final da guerra as “melhores cabeças” da Alemanha nazista foram repartidas entre americanos e soviéticos. Essas mentes eram “despojos” de guerra. E parece que boa parte dos melhores cientistas ficaram do lado soviético. Com exceção de expoentes como o Dr. Von Braun que deu suporte ao programa americano.

A viagem à Lua também traz uma triste constatação: parece que nós humanos só avançamos tecnologicamente a longos passos, quando estamos em guerra ou ameaçados por ela. Durante a segunda guerra surgiu o radar, avião a jato, energia nuclear, o melhor fuzil existente até hoje (AK-47) e outras tecnologias. Parece que a mente humana funciona tremendamente bem quando se trata de criar maneiras eficientes de matar. Pena.

No final o que importa é saber o que ficou de positivo da corrida espacial. Os enlatados, alguma tecnologia utilizada em roupas e calçados, saber melhor sobre a origem da Terra ... Pena que esses avanços tecnológicos não nos façam avançar enquanto seres humanos. E pensar que tanto soviéticos quanto americanos construíram bombas capazes de destruir a Terra dezenas de vezes... Não sei se temos muito o que comemorar. Chegamos à Lua. Nos falta agora nos aproximar do vizinho, dos de outra religião ou raça. Parabéns humanidade ! Há 40 anos chegamos à Lua. Talvez em mais 1000 anos consigamos lançar projéteis de tolerância e compreensão rumo aos corações .... uma corrida espacial em direção aos corações. A "explorar" esse grande desconhecido que é o ser-humano.

Lembrei-me da estória do Pequeno Príncipe, não sei por quê. Talvez por causa desta co-relação entre alguém que era um explorador, mas que tinha um lar, um lugar seu. E tinha mais: tinha um "alguém": a sua rosa. Assim era o Pequeno Príncipe: tudo o que ele vivia e aprendia o fazia crescer e tornar-se melhor. E ao final de qualquer jornada ele sempre se lembrava da sua rosa. De que adianta conhecermos todo o universo se não tratarmos nossos iguais um pouquinho melhor ? Somos responsáveis por aquilo que cativamos... Já emporcalhamos a Terra, por quê não espalhar o nosso lixo espacial por aí, fazendo como alguns animais que demarcam território com sua urina ? O homo sapiens não saiu totalmente da caverna.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Meia "mea culpa"

No âmbito espiritual, os antigos padres do deserto ( fonte na qual gosto de me saciar com certa freqüência) costumavam apontar a “dispersão" do pensamento (frivolidades) e da inteligência como grande inimiga da vida espiritual. Isto porque para eles, o auto-conhecimento seria a fonte do caminho de perfeição. E as “dispersões” do mundo poderiam roubar-nos um tempo precioso no caminho de conhecer-nos ( que para eles seria a única atividade realmente importante e necessária ).
E os meus últimos posts tem muito dessa “dispersão mundana”. Não que haja algo errado em brincar, “hacer chistes” como diriam os latino-americanos. Contudo este blog tem funcionado como uma "catarse". E é muito mais em conta que qualquer analista. Não quereria que este blog caminhasse unicamente para isto: “desbanderar” (como diria minha mãe). Creio que fiquei absorto pela linguagem de outros blogs que andei acessando. O primeiro foi o blog “o padre voador”. Em pesquisa no Google descobri que este era o blog mais acessado do Brasil. Tomado de curiosidade, acessei-o. E para minha surpresa, não achei que tivesse nada de mais ali. Talvez uma linguagem mais direta, e esta “brincadeira com legendas e imagens” (idéia que comprei de pronto).
O humor do brasileiro já é conhecido. Contudo achei o nome “o padre voador” meio mórbido. Em se pensar que faz referência à morte trágica de um sacerdote que fazia um importante trabalho social ( a sua insensatez não vem ao caso ).
Depois de “experimentar” este formato me veio certa "crise de consciência". E fiquei pensando sobre a responsabilidade ao se postar qualquer coisa. Não que eu tenha a pretensão de ser formador de opinião. Mas as brincadeiras, se fugirem da medida, podem dar vazão à ódios e mal-entendidos. É uma linha muito tênue. Não que eu seja um talibã ou coisa do gênero. Mas creio que a internet já tem lixo demais. Não precisa do meu.
Também no campo espiritual, sei que todo o tempo ocioso será tributado em nosso desfavor. Me ocorreu então um dito de um Padre do Deserto (que viveu entre os anos 300 e 400 ): "Sabei, portanto, ó amados, que devemos prestar contas de toda palavra inútil; fujamos dela como se foge de uma serpente" . A esse respeito também dizia um ancião: " O silêncio está cheio de vida, mas a morte está escondida na palavra farta". Aproveito a oportunidade para pedir desculpas a quem possa ter se sentido ofendido ( principalmente os torcedores do Cruzeiro), amigos meus ou que possam ter passado pelo blog.
Este post foi fruto de uma “auto-análise”. Claro que como torcedor às vezes temos vontade de “ir à forra”. Mas ao mesmo tempo sentimentos menores não devem ter nunca vazão em nosso coração. E dentre eles talvez a inveja e o despeito sejam os piores. Respeito os sentimentos de qualquer torcedor (mas a oportunidade era muito tentadora) .... he, he ...
Creio que principalmente a TV brasileira já nos entope demasiadamente com “galhofadas” patrocinadas por programas como o "Pânico". No mais é isto: que possamos somar nesta " blogosfera ", e não trazer mais discórdia.
P. S. : Mas que foi engraçado, foi !

quinta-feira, 16 de julho de 2009

" Tradução" simultânea

Antes de iniciar esta postagem, quero deixar claro que meu objetivo não é o de hostilizar os torcedores "do outro lado", mesmo porque a maior parte dos meus melhore amigos são cruzeirenses. Sinceras e cordiais saudações da torcida mais fanática do Brasil.


Por acaso, vocês .....
VERÓN

O mesmo que eu ....

VERÓN



ONTEM ???
Torcedor de futebol é mesmo criativo. Hoje cedo no programa "Bom dia Minas", da Rede Globo, vi torcedores do Galo cantando uma música curiosa ..... resolvi postá-la, com a tradução simultânea (ushua,usuha, usuha). Espero que os amigos não levem a mal, mas vocês também não aliviam quando meu time vai mal ( que rima pobre ! mas foi involuntária ) ....
E tem aquela novíssima piada (meu irmão trouxe no almoço):
Qual a semelhança entre o Cruzeiro e o Michael Jackson ? Venderam todos os ingressos, não deram show e morreram em casa !!!!
Toin, oin, oin, oin, oin .....

Depoimento do Sheik "Al Vexame":
- Uai !? Mas eles não tavam vindo pra cá ? Será que não vem mais porque meu turbante tem as cores do Estudiantes ???!!!! Magoei !!! Abaixo segue a música com a sua respectiva " tradução simultânea ".
Esclarecimento para quem possivelmente não é fã de futebol : o Campeonato Mundial de Clubes, ao qual o vencedor do jogo de ontem se qualificaria, é disputado em Dubai, nos Emirados Árabes.
Moral da estória: para se alcançar uma meta é necessário que se "ESTUDI-ANTES" (ESSA FOI PÉSSIMA ! )
Tchau, I Have To Go Now
Jammil e Uma Noites Composição: Manno Góes

Tchau, I have to go now, I have to go now, tchau! ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Tchau, I have to go now, I have to go now, tchau! ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu queria ficar, mas só que hoje não dá ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu tenho que ir embora, eu tenho que trabalhar ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu queria levar você no meu porta-luvas ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
foto: Dubai, Emirados





Te dar um beijo de sol, um beijo de chuva ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !) Eu quero que você me guarde em seu pensamento, ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu quero que você me queira em seu travesseiro ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu quero que você me queira sem julgamento ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Eu quero que você me queira em fevereiro ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Quero ser o sol, que ilumina a sua manhã ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Ser o seu pra sempre, ser seu amanhã! ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Tchau, I have to go now, I have to go now, tchau! ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !)
Tchau, I have to go now, I have to go now, tchau! ( Ai, não vai pra Dubai, não vai pra Dubaaaai, aaaai !) ............

quarta-feira, 15 de julho de 2009

15 de julho ( e eu com isso ? )

Faltam poucas horas para eu ter uma grande alegria ou uma grande decepção ....
Vai depender... Alegria se "aquele time" não for bem. Mas se ganharem, como vou dormir com tanta arruaça que eles farão ?
Se ganharem será porque utilizaram uma estratégia eficiente, os rivais terão que reconhecer...
Podem conquistar a América novamente... ( Prefiro os Rolling Stones )
Mas quem não torce pra eles, o jeito vai ser ignorar e cuidar de outras coisas....

" vodu do jogador adversário "

E torcer pro meu time ganhar alguma coisa este ano ....

terça-feira, 14 de julho de 2009

Música Animada - Deixa o verão (Los Hermanos)

Sabe ... gostei desse negócio de compor imagens em cima do texto. Pra quem tá sem que fazer então é batata. E me veio esta música dos Los Hermanos, que pelo menos para mim, ativa a imaginação. Será que foi isto que o Marcelo Camelo quis passar ? (he,he,he) ....

DEIXA O VERÃO ( Los Hermanos )

Deixa eu decidir se é cedo ou tarde, espere eu considerar

Ver se eu vou assim chique-à-vontade, qual o tom do lugar.

Enquanto eu penso você sugeriu um bom motivo pra tudo atrasar.

E ainda é cedo pra lá, chegando às seis tá bom demais!

Deixa o verão pra mais tarde...

Uh, uh, uh, ah, ah, ah (4x )

Não tô muito afim de novidade.

Fila em banco de bar.
Considere toda hostilidade que há da porta pra lá
Enquanto eu fujo você inventou qualquer desculpa pra gente ficar
E assim a gente não sai que esse sofá tá bom demais! Deixa o verão pra mais tarde...
Uh ah ãã aeãeã 4x
E eu digo cá entre nós deixa o verão pra mais tarde...

domingo, 12 de julho de 2009

Tem que ser hoje. É "nois" hoje mano !

Vamo pra cima Galo ! Bota o coração. Somos só paixão. O time dos smurfs pode ser melhor, mas coração como o do atleticano não tem. Mandando um rap pros "irmão" fazer corrente pra frente...
Tamo "junto e misturado" ...

Os "truta" tá do nosso lado ( ?! ) ... O jogo vai ser disputado Mas "nois" vamo tá ligado

Saudações pros doutro lado....

Não precisa encanar não, se você é cruzeirense,

Isso é só uma brincadeira , apesar de ser "non-sense".

Mas meu irmão cê me desculpe,

É que o Cruzeiro tá entalado.

Deus do céu ajuda "nóis",

Pra despaxar os azulado-ado-ado-ado-ado.... P.S. : agora é rezar e torcer. Pá de cá, pá de lá mano !

sábado, 11 de julho de 2009

I'm sorry, but it is

Acho que peguei pesado na última postagem. Não era a minha intenção. Peço desculpas. Mas é que não gosto de me sentir acuado. Nunca gostei. Desde muito novo sempre fui muito respeitador. Não só das mulheres, mas de qualquer pessoa. Nunca gostei de invadir o espaço dos outros. Sempre fiquei na minha. Quando saía com amigos e eles paqueravam as meninas de uma forma que achasse grosseira, chamava-lhes a atenção. Para dar um exemplo: certa vez eu estava no Pop Rock Brasil (evento anualmente realizado em BH, com bandas de Rock) e vi uns garotos que tentavam beijar as meninas à força. Quando não eram correspondidos, xingavam as meninas e por vezes até puxavam o cabelo delas. Eu não resisti e fui tomar satisfação em determinado momento. Comprei briga mesmo. Acho uma babaquice. Como sou muito reservado, acho que me coloquei no lugar daquelas meninas e quis "defendê-las". Não é que eu goste de bancar o herói. Mas acho a privacidade uma coisa muito importante. Então quando sinto que alguém invade o espaço de outro, mesmo que não queira, me coloco no lugar. E hoje as mulheres é que geralmente acuam os homens. Não apreciamos isso. De forma alguma. É como se o rato de repente resolvesse perseguir o gato. Neste caso, não se pode vencer pelo cansaço.
The More You Ignore Me, The Closer I Get (tradução) Morrissey Quanto Mais Você Me Ignora Mais Perto Eu Chego
Quanto mais você me ignora, mais perto eu chego
Você está perdendo seu tempo
Quanto mais você me ignora, mais perto eu chego
Você está perdendo seu tempo
Estarei no bar
Com minha cabeça no balcão
Eu sou agora a parte principal
Da paisagem de sua cabeça
Quer você queira ou não
Sim, eu fiz sua cabeça
Quanto mais você me ignora, mais perto eu chego
Você está perdendo seu tempo
Quanto mais você me ignora, mais perto eu chego
Você está perdendo seu tempo
Cuidado!
Eu agüento má vontade
Mais do que os solitários juízes da alta corte
Quando você dormir
Eu rastejarei em seus pensamentos
Como uma conta que você não pode pagar
Tome o caminho mais fácil e desista
E me deixe entrar
Oh, me deixa entrar
Oh, me deixa...Oh, me deixa entrar
É guerra
É guerra
É guerra
Oh, me deixe entrar
Ah, eu chego perto
Ah, você está pedindo por isso...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tá difícil de entender

Tem umas coisas malucas que acontecem com a gente... Coisas surreais. Eu tenho até tentado escrever sobre outras coisas. Sobre amenidades. Mas tem horas que estas “coisas” povoam nosso pensamento.
Questionamentos sobre fatos inusitados, situações. Nisto eu queria que alguém me ajudasse. O caso é que tem uma situação muito estranha rolando... uma senhorita que de uma hora pra outra cisma de se declarar pra mim. O curioso é que não o faz abertamente, só através de mensagens. Quando está comigo não toca no assunto. Me pede para que guarde segredo, não comente com ninguém. Eu respeito. Só que tenho a impressão de que todas as outras mulheres ao redor sabem do que se passa. Então por que me pediu sigilo ? Isto está claro: é uma tática de guerra. Isolar o adversário. Privá-lo de informação. Claro que eu sei que o caso não é tão simples assim. Tem caroço neste angu. E muito caroço. Neste ponto a tática do silêncio é a melhor.
Então pode-se questionar: que “tática do silêncio” é esta sua postando em um Blog público ? Exatamente... aqui eu exponho minhas “impressões superficiais”. O que é lugar-comum. Claro que não vou dizer o que realmente acho. Em certo momento pensei ter matado a charada. Depois fiquei confuso com a atitude de certa pessoa ( que surgiu nesta cena Shakespeariana como que caída do céu ). Será que estão tentando me confundir ? Será ? Com certeza ! Se tratam de mulheres... as mais obtusas das criaturas. Depois tem as insinuações, indiretas, olhares. Sou eu que sou paranóico ? Estou imaginando coisas ?
Mulheres... perigosíssimas. Rezei tanto a Deus pra me dar uma vocação celibatária...Mas Ele parece não querer me atender. Invejo os religiosos: eles tem a missão mais nobre, são queridos e respeitados por isto. E quando chegam em casa não tem que tolerar ceninha de ciúme, nem cobranças e nhém, nhém, nhém... Só na paz ...
O fato é que sei que isto soa estranho ... alguém que não quer se relacionar. É que depois que conheci algumas personalidades supostamente assexuadas (como Morrissey, Michael Jackson), além de outras que parecem o ser ( como a Xuxa), as invejo. Imagina só: se você eliminar questões românticas da sua vida, já poupará mais de 50% dos sofrimentos existenciais. Seria uma maravilha... ocupar o tempo com coisas mais úteis. O tempo que se gasta com estas questões são um desperdício.
Me sinto anglo-saxão na alma. Sempre comento isto com meu irmão. Não me dou muito bem com este “calor latino” brasileiro. É muita informalidade, muita proximidade, beijinhos e abraços. Essa mania de te colocar apelido, chamar pelo primeiro nome... Acho tão legal Mr. Smith, Mr. Jackson, Mr. Gates. Mas aqui não... o sujeito mal te conhece e te coloca um apelido. Ou pior: te chama por diminutivo: Joãozinho, Paulinho... Como alguém pode se declarar apaixonada por você se vocês nunca trocaram mais que seis palavras ? Isto não faz sentido. Me veio uma coisa engraçada agora: cê ta servindo de “moita”, senhorita. Isto mesmo. Tem alguém se escondendo por trás de você. Por que se presta a este papel, não sei. Pra mim é só mais uma prova de que as mulheres são completamente malucas. E eu já desistir de entendê-las há muito tempo.
P.S. : Dá pra parar de me mandar mensagem ? Se você conhece meu blog (e eu acho que conhece) ... Ah, e de ligar confidencial também ( só pode ser você).
P.S.: Ao final tudo termina da mesma forma ...
Going Nowhere(tradução) - Oasis
Indo a lugar nenhum
Eu odiei o jeito que você pegou de volta
Tudo que você tinha me dado
E o jeito que você sempre diz
Que não tem nada a ver comigo
Diferentes versões do mesmo homem
Vieram antes de você
Todas as perguntas são similares
As respostas são sempre as mesmas
Eu vou comprar um carro, talvez um Jaguar
Talvez um avião ou um dia de fama
Eu serei um milionário, então você pode me levar lá
Eu quero ser selvagem pois a minha vida é muito tediosa
Aqui estou eu, indo a lugar nenhum em um trem
Aqui estou eu, envelhecendo em um trem
Aqui estou eu, ficando perdido e sozinho, triste e apenas
Quero algum tempo pois minha vida é muito tediosa

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Para que servem os Bancos afinal ?

Uma das instituições que me provocam maior desconfiança são os Bancos. Na faculdade aprendi que eles surgiram na Idade Média, em cidades como Veneza e Gênova, devido à necessidade de os comerciantes dos diversos Principados (cada qual com sua moeda), trocarem estas moedas. Também por questão de segurança, para que os comerciantes não precisassem viajar com grandes quantias entre uma cidade e outra (porque as estradas eram infestadas de assaltantes), criou-se as chamadas “letras de câmbio”, que foram os primeiros “títulos de crédito”, que evoluíram para os que utilizamos hoje: cheque, promissória, etc. Neste contexto, os primeiros banqueiros cobravam uma remuneração (muito justa por sinal) para prestar tal serviço.
O sistema bancário hoje trabalha de forma bem semelhante. Guardam o nosso dinheiro, emprestam, oferecem serviços. E em troca cobram taxas. Até aí tudo muito justo. O problema é você pagar taxas e mais taxas e ao tentar fazer uma simples operação não ser atendido. Isto aconteceu comigo esta semana. Fui sacar dinheiro e apareceu a mensagem “ cartão bloqueado ”. O saldo ta ok. Não devo nada. Por quê meu cartão foi bloqueado ? Procurei o gerente hoje: peguei senha, peguei fila. Depois de 45 minutos fui finalmente atendido. Diagnóstico: “não sabemos por que o cartão foi bloqueado. Problema no sistema. De qualquer forma vou pedir outro”. ??????? Se o gerente não entendeu eu menos ainda. Você paga taxa de manutenção, taxa pra extrato, taxa e mais taxa. Então você não consegue sacar dinheiro, fica sujeito a passar um vexame no caso de tentar comprar no débito e não conseguem nem te dar uma resposta. Tenho que aguardar entre 8 e 10 dias pelo novo cartão....
Aí dá uma raiva. Dá vontade de sacar o dinheiro todo no banco e guardar no colchão, como fazia minha bisavó. Já expressei esta vontade antes publicamente. Meu irmão diz que sou punk e anarquista. Mas oito dias sem poder ter acesso ao meu dinheiro devido a um problema que eu não causei e que nem sei qual é ? Realmente o sistema capitalista é perfeito. Pra quem tem muito, mas muito dinheiro mesmo. O resto é ralé e só se ferra.
E a tal lei dos 15 minutos pra ser atendido na fila ? T-R-U-C-O ! pra quem conseguir tal façanha. Nem gestante e idoso conseguen isto. Hoje só tem um jeito de você ser atendido em 15 minutos: entrar na agência e gritar “ to com a gripe suína !” Aí só fica você no saguão. Com sorte você e um atendente. O que quero dizer é: aos Bancos o bônus e a nós correntistas somente o ônus.
Ainda tem coisas que entendo menos ainda. Parece-me que os bancos fazem de tudo hoje para que você não vá até a agência. Tenho a sensação de que não sou bem-vindo. Logo na porta alguém (geralmente estagiário) lhe pergunta o que você foi fazer lá (isto quando são educados). Na maior parte das vezes já enfiam a mão no papel que você ta carregando e geralmente dizem: “isto o senhor pode pagar na lotérica”... Dá é vontade de gritar: “ - Mas eu tô a fim de pagar aqui caramba ! Qual o problema ? ” Não gosto de débito automático, não tenho “home-banking” e quero vir até a agência. Tô com medo deles qualquer dia desses colocarem um fosso e arame farpado em torno da porta do banco... pra você não entrar de jeito nenhum !
Pior do que o descrito acima é quando você já ta na boca do caixa e a moça diz: - "Isto o senhor pode pagar lá fora, no caixa eletrônico..." M-a-r-a-v-i-l-h-a... eu com o boleto na mão, depois de encarar uma fila ... o que custa a caixa receber o boleto ? Principalmente se sou correntista do banco ? É tanta picuinha que dá vontade de nunca mais pisar num banco. Resumindo, banco é assim: eles vivem te ligando, mas não querem te ver por lá. Quando você não precisa de dinheiro, te oferecem. Quando precisa, negam. Te oferecem seguro, mas antes se certificam de que você nunca irá utilizá-lo. Cobram 10% e te pagam 0,8 % ao mês. Dividem os clientes em dois universos: "merecedores de cartão de natal" e o resto. Afinal, por que não ficam somente com os clientes “vip” e não dispensam o restante ? Ou então nos tratem um pouquinho melhor.

domingo, 5 de julho de 2009

Dança do Alarme

Esta semana estive ausente do blog. Família em casa (irmã, sobrinho e até cachorra). Nestas oportunidades (principalmente para os entes da família que estão distantes), queremos mais do que rever os parentes, estar perto. E estar perto não precisa ser quantitativo e sim qualitativo. Aí a gente inventa recreação: aluga um filme, come pipoca, e claro: fala muita besteira. E faz muita besteira também.

Parece que nós seres humanos temos esta necessidade de "macaquear" de vez em quando. Acho que é uma "auto-defesa" para nossa saúde mental. Imagina se fôssemos levar sempre tudo a sério... todo mundo implodiria a certa altura. Mas voltando ao assunto família: a "primaiada" -principalmente os mais jovens - sempre gasta (ou desperdiça, não sei) horas em frente ao computador. Meu primo Victor conseguiu a proeza de assistir a uns 50 episódios do Naruto ( que eu nem sabia o que era) em seqüência. O computador estava concorridíssimo. Interessante isto: antigamente a TV era a vedete da família, hoje o computador. Então ficaram os primos se revezando entre joguinhos e a febre do momento: Youtube.

Foi então que me deparei com algo que eu duvidava que existisse: "ALARM DANCE". Sim, porque trata-se de algo tão inusitado e idiota que eu pensava: "duvido que alguém faça isso". Pesquisei e para minha surpresa descobri que não sou o único idiota do mundo que já fez esta bobagem. Aí comecei a pensar: será que é algo instintivo ? Será que temos uma memória celular que nos impele a dançar a qualquer freqüência mais frenética ?

Vou esclarecer: meu pai tem um carro que é meu desafeto público - o Santana. Além de ser difícil de estacionar, ele tem um alarme que tem mania de disparar nas horas mais impróprias e te fazer passar vergonha. O alarme parece que tem vida própria. Então eu (com uma personalidade meio sarcástica), começava a dançar ao som do alarme ( claro, quando não tinha ninguém por perto). Até o final de semana passado eu pensava que era o único idiota que fazia isso... Mas para minha surpresa, parece que a prática é bem difundida.

Vejo nisto a capacidade, para mim positiva, que os seres humanos podem ter de transformar situações embaraçosas em motivos para rir-se da vida. Brincar também pode ser uma demonstração de inteligência. Quem não são muito inteligentes são os criadores dos sons dos alarmes. Qual o objetivo ? Matar o ladrão de raiva ? Fazer com que ele tenha um ataque nervoso ? Quem tem um ataque nervoso é o dono do carro, quando aquele controle cisma de não querer desligar o alarme e todo mundo fica te olhando como se você fosse um marciano.

Os fabricantes de alarme poderiam pensar nisto: criar uma alarme que tocasse um jazz, uma música de ninar ( quem sabe o bandido não cairia no sono ?) ou pra ser fiel à sua função, tivesse uma gravação do tipo: "estou sendo roubado, estou sendo roubado, socorro" ! Pelo menos seria menos irritante...