Voltando ao assunto chegada à Lua: ela é um desses eventos que alimenta teorias conspiratórias. Assim como a morte de Elvis e mais recentemente a de Michael Jackson. Milhares, talvez milhões de pessoas no globo ainda hoje não crêem que o homem tenha chegado à Lua. Tenho exemplo em minha própria família. Tem uma tia minha que sempre diz : - “há, aquilo lá é ‘montagem’, coisa de televisão. Onde já se viu o homem pisar na Lua meu filho ?!...”. E eu sempre tento explicá-la, convencê-la, mas em vão. A minha tia não vai aceitar nunca.
Mas também tem muita gente séria ( na acepção científica do termo) que também questiona a corrida espacial. Esta desconfiança seria até natural na época da Guerra Fria. Hoje não teria sentido. Durante a Guerra Fria a propaganda de ambos os regimes (capitalista e socialista) era ferrenha. Os dois lados queriam a todo custo provar que eram superiores. A União Soviética saiu na frente, colocando Yuri Gagarin em órbita. Os americanos ficaram estupefatos. Em um documentário do Discovery Channel que assisti semana passada, há uma cena engraçada. Um cientista americano da época questiona: “ – mas eles não conseguem nem fabricar uma geladeira .... como é que fizeram um foguete ?” – referindo-se aos soviéticos. A resposta está numa piada que uma professora de Geografia contou uma vez no colégio. Dizem que os cientistas americanos responderam aos seus generais: - “os alemães deles são melhores que os nossos” ... . Hoje se sabe que foram os nazistas que criaram o foguete e o avião a jato. No final da guerra as “melhores cabeças” da Alemanha nazista foram repartidas entre americanos e soviéticos. Essas mentes eram “despojos” de guerra. E parece que boa parte dos melhores cientistas ficaram do lado soviético. Com exceção de expoentes como o Dr. Von Braun que deu suporte ao programa americano.
A viagem à Lua também traz uma triste constatação: parece que nós humanos só avançamos tecnologicamente a longos passos, quando estamos em guerra ou ameaçados por ela. Durante a segunda guerra surgiu o radar, avião a jato, energia nuclear, o melhor fuzil existente até hoje (AK-47) e outras tecnologias. Parece que a mente humana funciona tremendamente bem quando se trata de criar maneiras eficientes de matar. Pena.
No final o que importa é saber o que ficou de positivo da corrida espacial. Os enlatados, alguma tecnologia utilizada em roupas e calçados, saber melhor sobre a origem da Terra ... Pena que esses avanços tecnológicos não nos façam avançar enquanto seres humanos. E pensar que tanto soviéticos quanto americanos construíram bombas capazes de destruir a Terra dezenas de vezes... Não sei se temos muito o que comemorar. Chegamos à Lua. Nos falta agora nos aproximar do vizinho, dos de outra religião ou raça. Parabéns humanidade ! Há 40 anos chegamos à Lua. Talvez em mais 1000 anos consigamos lançar projéteis de tolerância e compreensão rumo aos corações .... uma corrida espacial em direção aos corações. A "explorar" esse grande desconhecido que é o ser-humano.
Lembrei-me da estória do Pequeno Príncipe, não sei por quê. Talvez por causa desta co-relação entre alguém que era um explorador, mas que tinha um lar, um lugar seu. E tinha mais: tinha um "alguém": a sua rosa. Assim era o Pequeno Príncipe: tudo o que ele vivia e aprendia o fazia crescer e tornar-se melhor. E ao final de qualquer jornada ele sempre se lembrava da sua rosa. De que adianta conhecermos todo o universo se não tratarmos nossos iguais um pouquinho melhor ? Somos responsáveis por aquilo que cativamos... Já emporcalhamos a Terra, por quê não espalhar o nosso lixo espacial por aí, fazendo como alguns animais que demarcam território com sua urina ? O homo sapiens não saiu totalmente da caverna.
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