quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Abduzido

Estou re-escrevendo este “post”. Ou tentando. Será este um sinal de que não devia postar? Não – porque não sou supersticioso. Eu já o havia concluído e ... puf ! o Word fechou sem que eu supostamente fechasse nada. Mas tudo bem. Tentarei retomar ao menos a temática: no texto que eu havia escrito anteriormente, dizia sentir falta de escrever. Apesar disto, dizia do como estive absorto em outras coisas. Havia citado Arthur Schopenhauer e sua obra intitulada “A Arte de escrever”, em que o filósofo desaconselha virulentamente a se publicar qualquer coisa com espírito de lucro ou “apenas por publicar”, ou por vaidade. Schopenhauer se escandalizava em sua época com a quantidade de publicações por ele consideradas “desnecessárias”.
Tenho auto-crítica. Não tenho pretensão de ser algo próximo a Kafka, Machado, Shakespeare ou Dostoievsky. Relatava também no texto anterior ( que também tinha o título de abduzido – e parece que o texto o foi ... profético, não ? ) que quando comecei a escrever no blog pretendia fazer algo anárquico. Mas me perdi. Muitas vezes me tornei muito intimista. Outras sarcástico. Outras transcendente. Não tinha um estilo definido. Nem temática. O blog era sobre tudo : futebol, política, religião, relacionamento, comportamento ... um verdadeiro “balaio de gato”.
Este tempo “abduzido” por outras ocupações pode ter sido benéfico. Afinal, escrever sem reflexão pode ser bem temerário. Creio que isto seja influência de Schopenhauer. O cara detona tanto quem pretensamente queira ser "escritor", que você sente vergonha até em assinar cheque depois de lê-lo. Brincadeira ! Não é para tanto. Mas é para se refletir. Um psicólogo me disse uma vez que por trás de alguma atitude perfeccionista sempre se oculta um orgulhoso. Me parece certo. Afinal, se você se leva a sério demais é porque se acha alguém importante. Por isto talvez alguns monges cristãos do deserto, que viveram entre os séculos II e V afirmarem que “o tímido na verdade é um grande orgulhoso”: porque preocupa-se excessivamente com sua imagem.
Que este blog possa servir para somar. Que após esta ausência eu possa dar uma outra conotação aos textos, mais positiva e construtivista (sem deixar de ser crítica, claro), mas tendo sempre em mente que nenhum talento ou graça possuo, a não ser a que me foi dada gratuitamente por Deus. E como estamos próximos ao Natal, quero deixar também alguns pensamentos:
Um ancião dizia: «O silêncio está cheio de vida, mas a morte está escondida na palavra farta.»
Dizia sempre um ancião que morava no Egito: «Não há caminho mais curto do que o caminho da humildade.»
Um irmão perguntou ao abade Poemen se era melhor viver sozinho ou com o próximo. O velho respondeu: «Aquele que lamenta sempre e somente a si mesmo, pode viver em qualquer lugar. Mas, se se glorifica, então não se dará bem em lugar algum.»

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O que tiver de ser ...

A paixão me tomou de surpresa. Veio como uma “tsunami”, quando menos se esperava. Sem alardes, sem expectativas. E creio que seja melhor assim. E eu, com o meu “jeito desajeitado” me surpreendi comigo mesmo. Não que eu seja tímido (pelo menos a esta altura da vida). Já fui muito, na infância e boa quilometragem da adolescência adentro. Me classificaria mais como “cético”. Seria mais ou menos assim: em qualquer situação já me preparava para o pior. Sempre desconfiado, esgueirio... Quando algo de bom me acontecia, olhava pro céu e pensava: -“ é... o dia hoje ta bom demais pra ser verdade... provavelmente vem um temporal por aí ou algo ruim vai acontecer até o fim do dia ...”.
Infelizmente acho que tal sentimento tenda a surgir em pessoas que tenham uma tendência ao “perfeccionismo”. Não que eu seja certinho, mas geralmente quero que tudo corra sem sobre-assalto, entende ? Não gosto de perder, ou melhor, que a situação me fuja do controle. Foi então que houve uma “mudança de paradigma” em minha vida. Comecei a raciocinar: “tenho que me arriscar mais, afinal, o que se tem a perder quando não se possui muito ?” E isto creio que valha também para a vida sentimental. Sempre fui partidário do “antes só do que mal acompanhado”. Só que percebi que a complicação reside quando se está, na verdade, “mal acompanhado de si mesmo”.
Atualmente tenho revisto muitos conceitos. Tenho procurado ser menos radical. Sempre fui um lobo solitário. O que (sempre tive consciência disto) denota um certo “egoísmo”. Muitas vezes ser do tipo solitário tem suas vantagens. Mas tem suas desvantagens também. Talvez o fato de ter conhecido umas duas meninas do tipo possessivas/psicopatas tenha me feito ficar sozinho tanto tempo. Talvez o erro tenha sido medir todas as pessoas com a mesma medida... Só sei que estou aprendendo a me apaixonar de novo. E tem sido bom, tranqüilo. Tenho me surpreendido com a minha tranqüilidade e paciência. Eu que sempre fui ansioso !
Mas início de namoro é mesmo algo avassalador. Ocupa todo o tempo. Não se quer desgrudar um do outro. Mas creio que logo vem a bonança. Oxalá ! Afinal, se não for assim pode comprometer tudo: trabalho, estudo e até mesmo um Blog. Não se arruma tempo nem pra postar ! Afinal, quando se começa a namorar, se arruma quase uma terceira jornada: trabalho, faculdade, casa dela. E as finanças então ?! Nem se fala ! Afinal, agora é cinema em dobro, sorvete em dobro, ingresso em dobro.... Bem que o salário podia dobrar também. Mas ao final do dia, só de ver aquele sorriso já vale a pena ...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da Brevidade do tempo

A vida é engraçada... corremos para ter mais tempo. Ensaiamos para nunca realizar. Planejamos... Creio que tudo funciona melhor sem ensaio. Quando se vive o momento. Claro que viver o momento não significa “ser inconseqüente”, ser irresponsável. É estar sintonizado com o instante, ser um espectador apaixonado. Muitos filósofos, a exemplo do grego Sêneca, cujo livro “ Da brevidade da vida” me foi muito útil, diagnosticam que nosso problema geralmente é que: ou estamos vivendo o passado, senão vivendo o futuro. Como ser inteligente que é, o homem tem essa “capacidade” de “viajar no tempo”. Infelizmente.
Gastamos boa parte do nosso tempo avaliando o que fizemos no passado. Ou planejando o que faremos no futuro. E aí é que está a questão: esquecemos de viver o presente. Imagine a seguinte situação: uma criança que se achega ao pai, querendo colo e este diz: - Agora não meu amor, o papai ta ocupado... Penso que não custaria dar um abraço no pequeno e depois continuar o trabalho. Nunca se sabe quando surgirá outra oportunidade. Principalmente em um mundo em que muitos saem de casa pela manhã, mas muitos não retornam.
Um monge cristão ortodoxo disse em um texto que o mal do último século e deste seria o “ativismo”. Seria a “necessidade” que o homem moderno tem de fazer muitas coisas. Ocupar todo o tempo. Hoje vivemos em um mundo em que, principalmente nos grandes centros, parece ser vergonhoso “ficar à toa” ou ter “tempo livre”. Parece sinônimo de “vagabundagem”. Há pessoas que aproveitam o horário do almoço para “fazer academia”, curso de línguas ou outra atividade. Não que haja algo de errado nisto. Mas e a velha “cesta” ? O almoço em família ? Até nas cidades consideradas “médias”, como a minha, isto está ficando raro.
Neste contexto todo, penso que talvez a maior declaração de amor a um filho ou esposa seria: “este tempo é todo seu, sou todo ouvidos”. É ... porque ainda tem o maldito do celular ( que pra mim é uma das invenções mais diabólicas que há). Depois do celular, acabou-se o “quero ficar sozinho” ou vou “dar uma volta pra esfriar a cabeça”. Então pode-se dizer: - “Mas eu posso desligar o celular ! ...” Experimenta ! Depois vai ter que dar um montão de explicações do porque desligou.
Pensando agora, tive uma idéia pra revolucionar o mercado: presentear com o tempo. Você poderia se dirigir a sua namorada, por exemplo, munido de uma caixinha de presentes. Entregaria a ela o tal caixa. Ao abrir ela se depararia com um papel onde estaria escrito: “Os próximos 15 minutos são todos seus. Diga o que quiser”. Se tempo é dinheiro, certamente pode ser também o presente mais caro !
Pato Fu Sobre O Tempo
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final
Ah-ah-ah ah-ah
Ah-ah-ah ah-ah
Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final... oh-oh... oh-oh ah...
Uh... uh... ah au
Uh... uh... ah au
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

domingo, 11 de outubro de 2009

Só se vive uma vez

Esta é uma frase mais que batida: "só se vive uma vez". Mas é a mais pura verdade. Durante muito tempo em minha vida eu vivia ensaiando. Minha vida às vezes parecia um infindável ensaio. Talvez por conta de minha formação, talvez por minha personalidade. Tinha medo de arriscar muitas coisas. Mas isto tem mudado. Oxalá !

Dia desses pensava comigo que, muitas vezes, somos apressados em julgar, em condenar as pessoas. Agimos como um "trem", atropelando tudo. Então pensei: "a vida tem que ser mais "light"" ! Temos o vício de olhar para alguém por exemplo e ficar buscando os "defeitinhos". Ficar implicando. Bobagem ! Não seria muito melhor tentar descobrir as qualidades ? Não é possível que alguém não tenha umazinha só !

Descobri que, se a gente "parar" nos defeitos de uma pessoa, não vai dar para conviver com ninguém. É por isso que hoje eu consigo dizer "você é chato pra caramba, mas eu gosto de você". Talvez a intolerância nasça do fato de querermos que todos sejam "iguais" a nós. Ou pensem parecido. Queremos nos ver espelhados no outro. Algo meio Narciso. Talvez daí venha a expressão "alma gêmea". Quer dizer: eu sou tão voltado a mim mesmo, que quero encontrar outro igualzinho. Qual o mérito nisto ? E quando encontra alguém igualzinho a você, diz: "não sei por que, achei ele tão chato."... rsrsrsrs! Não sabe não né ?!

Tolerância, respeito às diferenças... e bola pra frente, que esse mundão já tá feio demais pra ficar implicando com quem está perto de nós.

YOU ONLY LIVE ONCE

Some people think they're always right (Algumas pessoas pensam que estão sempre certas)

Others are quiet and uptight (Outras são quietas e nervosas)

Others they seem so very nice nice nice nice (oh-ho) (Outras parecem tão bem, bem, bem, bem)

Inside they might feel sad and wrong (oh no) (Por dentro elas devem se sentir tristes e erradas)

Twenty-nine different attributes (Vinte-nove atributos diferentes)

Only seven that you like (oh-oh) (Só sete que você gosta)

Twenty ways to see the world (oh-ho) (Vinte maneiras de ver o mundo)

Twenty ways to start a fight (oh-ho) (Vinte maneiras de começar uma briga)

Oh don't don't don't get out (Oh não não não vá embora)

I can't see the sunshine (Eu não posso, veja a luz do sol)

I'll be waiting for you, baby (Estarei esperando por você amor)

Cause I'm through (Porque eu estou acabado) Sit me down (Me acalme)

Shut me up (Me cale)

I'll calm down (Eu vou me acalmar)

And I'll get along with you (E vou me entender com você)

Oh Men don't notice what they got (Homens não sabem o que têm)

Women think of that a lot (E mulheres pensam nisso demais)

One thousand ways to please your man (oh-ho) (Milhares de maneiras de agradar a um homem)

Not even one requires a plan (I know) (E nenhuma precisa de um plano (eu sei) )

And countless odd religions, too (E incontáveis religiões horrorosas, também )

It doesn't matter which to choose (oh no) (Não importa qual escolher)

One stubborn way to turn your back (oh-ho) (Um jeito teimoso de dar as costas)

This I've tried, and now refuse (oh-ho) (Isso eu já tentei e agora me recuso)

Oh don't don't don't get out ( Oh não não não vá embora)

I can't see the sunshine (ohh) ( Eu não posso, veja a luz do sol)

I'll be waiting for you, baby (Estarei esperando por você amor)

Cause I'm through (Porque eu estou acabado) Sit me down (Me acalme)

Shut me up (Me cale)

I'll calm down (Eu me acalmarei)

And I'll get along with you (E vou ficar sozinho com você )

Alright (Tudo bem... )

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Now my heart is full ( I guess so)

Now My Heart Is Full - Morrissey

There's gonna be some trouble ( Haverá alguns problemas )
A whole house will need re-building ( Uma casa inteira precisará ser reconstruída )

And everyone I love in the house ( E todos que eu amo nesta casa )

Will recline on an analyst's couch quite ( Se reclinarão em um divã de analista )

Soon ( Em breve )

Your Father cracks a joke ( Seu pai conta uma piada )

And in the usual way (E como sempre )

Empties the room (Esvazia a sala )

Tell all of my friends (Diga a todos os meus amigos )

I don't have too many ( Não tenho muitos)

some rain-coated lovers' puny brothers (Só os frágeis irmãos dos amantes protegidos da chuva )

Dallow, Spicer, Pinkie, Cubitt Rush to danger ( Dallow, Spicer, Pinkie, Cubitt avançam para o perigo )

Wind up nowhere ( Acabam em lugar algum )

Patric Doonan - raised to wait ( Patric Doonan, criado para aguardar )

I"m tired again, I've tried again, and (Estou cansado de novo Eu tentei de novo e ) Now my heart is full (Agora meu coração está repleto ) Now my heart is full (Agora meu coração está repleto )

And I just can't explain (E eu simplesmente não consigo explicar )

So I won't even try to ( Portanto não vou nem tentar )

Dallow, Spicer, Pinkie, Cubitt Every jammy Stressford poet ( Dallow, Spicer, Pinkie, Cubitt Todos os poetas sortudos de Stressford )
Loafing oafs in all-night chemists (Tolos na gandaia em farmácias 24 horas )
Loafs in all-night chemists (Tolos na gandaia em farmácias 24 horas )

Underact - express depression (Controle suas emoções, exprima depressão )

Ah, but Bunnie I loved you (Ah, mas Bunnie eu te adorava )

Iwas tired again (Eu estava cansado de novo )

I've tried again, and (Eu tentei de novo )

Now my heart is full (Agora meu coração está repleto )
Now my heart is full (Agora meu coração está repleto )
And I just can't explain (E eu simplesmente não consigo explicar )
I won't even try to ( Portanto não vou nem tentar )

Could you pass by ? ( Poderia passar sem isso? )

Could you pass by ? ( Vai passar sem isso ? )
Could you pass by ? ( Poderia passar sem isso ? )
Could you pass by ? ( Vai passar sem isso ? )
Could you pass by ? ( Poderia passar sem isso ? )

Oh ... Now my heart is full ( Agora meu coração está repleto )

Now my heart is full ( Agora meu coração está repleto )
And I just can't explain (E eu simplesmente não consigo explicar )
So ... slow ... ( Então ... devagar ...)
Slow ... slow ... slow ... slow ... slow ... ( Devagar... devagar... )

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Brother's Fight

A natureza é cruel... mas o seu irmão pode ser ainda mais...
Ontem a secretária do escritório estava meio tristonha. A gente estranhou. Ela sempre é de conversar, brincar. Então eu perguntei a ela qual era o problema. Ela disse que havia brigado com o irmão. Brigou por coisa pouca. Segundo ela me disse, ela usou uma daquelas canecas de chopp, que se ganha em calourada. Caneca de estimação do irmão. Que ela acabou quebrando sem querer. Coisa pouca pra ela né ? Não sabe como os estudantes (principalmente do sexo masculino) prezam esses “troféus”.
Mas o fato é que eu disse a ela que brigar era bobagem. Que logo tudo se resolveria. Afinal, um irmão sempre quer o “bem” do outro. Mesmo que esse bem seja a casa dele, o carro ou o quinhão da herança... Nada como um “laço de sangue”. Curioso este termo (pensei agora). Laço de sangue dá idéia de prisão. De algo a que se é obrigado. Não seria melhor “elo de sangue” ? Deveriamos tirar o sangue também ( é muito violento). Que tal “elo de parentesco” ? É por isto que tem tanta discórdia em família: um “elo de sangue” só pode desandar em violência ...

GAME OVER

Qual a vantagem de se ter irmãos ? No caso dos meninos, se você pratica arte marcial, não precisará de “sparring”. Isto se você for o mais velho, claro. Caso contrário, você é o saco de areia... No caso dos mais novos, eles sempre pegam roupa usada. Livro usado. Mas tem um lado positivo: o mais novo tem grande chance de crescer com grande consciência ambiental. Afinal é “obrigado” a reciclar tudo que os mais velhos usam. Eu sou o mais velho lá de casa. Os meus irmãos, coitadinhos, usaram tudo meu. Desde roupa até livro. Eu ganhava tudo novinho ( chupa essa manga Ti, Có e Má !)

Ser o mais velho é o que há. E a melhor fase é na infância. Enquanto você pode dar porrada em todo mundo, você é “o cara”. Não que eu fosse violento. Prefiro dizer “incisivo”. Então os outros “melequentos” crescem e você perde seu reinado. De repente você olha pro lado no sofá, e aquele moleque começa a te responder com uma voz esquizofrênica (ora fina, ora grossa). Pode ficar mais forte que eu. Mas continuo mais alto.
Depois dos dezoito a briga é pelo carro. Principalmente se os irmãos não são de sair junto. Aí já viu né... A chave do carro é mais monitorada que preso em presídio federal. Mas o que pode causar uma guerra civil mesmo é pegar roupa ou tênis escondido. Meu irmão é mestre em surrupiar tênis. E na cara dura mesmo... quando vejo, já ta usando. Passa por mim e nem dá satisfação. Ah, “muleque” ! Irmãos: dá vontade de ma-tar, de tão fofos que são!
P.S.: Brincadeira. Adoro meus irmãos !

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Deus te dê em dobro ... o que me desejares

Essa eu tinha de registrar: peguei carona hoje com meu irmão pra ir trabalhar, após o almoço. Na rua em que procurávamos vaga, tinha uma BMW (BELINA MUITO VELHA, como dizíamos no colégio). Do modelo mais antigo que se possa imaginar. Dentro, um senhor de idade que guiava, distraidamente. O senhor andava bem devagar, sem cerimônia. Logo percebi um “daqueles” adesivos bem curiosos ( e de mau gosto, ao meu ver) que se costuma colocar em carros. Eu sorri e apontei para que meu irmão visse: “DEUS TE DÊ EM DOBRO TUDO QUE ME DESEJARES”. E continuamos seguindo pela rua à procura de vaga. Havia uma vaga enorme à nossa frente. O senhor da Belina estacionou nela. Cabiam ao menos três carros na vaga. Meu irmão foi embicando o carro atrás da Belina, quando o senhor começou a dar ré (provavelmente sem olhar no retrovisor) e “fechou” o nosso carro. Quase automaticamente meu irmão foi soltando um “seu filha da m....”. Aí eu apontei de novo pro adesivo do carro... Nós ficamos sorrindo feito bobos. O velhinho desceu do carro dele e olhou pra gente sem entender nada. Foi então que reparei em outro adesivo no carro dele, que dizia assim: “SEJA FELIZ”. Seria uma ordem ou um desejo ? Sei lá !
Depois de tudo isto, brinquei com meu irmão: - Imagina só se você manda o cara pra merda ?! E se Deus te desse tudo em dobro hein ?! NUMA SITUAÇÃO ASSIM, O QUE VOCÊ DEVE GRITAR PRO CARA ? -"TOMARA QUE VOCÊ "PEGUE" A GISELE BÜNDCHEN" ?( afinal, meu desejo virá em dobro....) Pensando bem, melhor não. Afinal ela é casada. Poderiam aparecer dois maridos furiosos para te bater....Fiz também outra observação: - Cê sabe q'eu zoei muito o pessoal que leu o livro e assistiu ao filme “ O Segredo”( na minha família foi que nem gripe - um passando pro outro essa inhaca... Pergunta se alguém se lembra do livro hoje...). Até eu que não gostei prestei mais atenção ! Contudo, hoje eu comecei a admitir que esse troço pode ter sentido... Vejamos: eu desdenhei o adesivo do cara. Poucos segundos depois ele fez uma “barbeiragem”... Meu irmão quase mandou ele pra um lugar que “em metade” já é ruim. Imagina “em dobro” ! Mas o que mais deu vontade de rir foi do outro adesivo: o “SEJA FELIZ”. Isto sim é que é ironia... Parece que o motorista que utiliza estes adesivos já sai de casa sabendo que vai fazer barbeiragem. E principalmente que vai ser xingado. E que pessoas desejarão a ele " coisas que ninguém quer em dobro”. Aff !
O caso é o seguinte: o trânsito já anda violento por demais. Pra que essa animosidade? Sugiro adesivos tais como: “ DEUS TEM PACIÊNCIA COMIGO. E VOCÊ ?”. Ou “ IDOSO DIRIGINDO. PACIÊNCIA: UM DIA VOCÊ TAMBÉM SERÁ UM". Ou quem sabe ainda: “ QUEM NUNCA FEZ MERDA NO TRÂNSITO, QUE DÊ A PRIMEIRA BUZINADA” ! Esse daí ia calar as buzinas ! Ou ainda este: "SÓ VOU PARA AQUELE LUGAR SE VOCÊ ME ACOMPANHAR"....

domingo, 20 de setembro de 2009

00:51

Ontem eu estava resfriado. Não deveria ter saído de casa, mas saí. Por insistência de uns amigos meus. É chato, eu expliquei: - a etiqueta recomenda não se sair quando se está assim... Mas acabei cedendo. Aí foi daquele jeito, parecia uma “Miss”: cumprimentando todo mundo com acenos. Pior que tava muito calor, e tive que tomar algo para me refrescar. Aí já viu: hoje acordei afônico. Meu irmão quando conversou comigo de manhã disse: ta parecendo o “Darth Vader”! Um amigo mais tarde achou que tava mais para “Poderoso chefão”.

Descontando a perda da voz e a febre que veio depois, foi uma noite legal. Além de estar com amigos, tive a oportunidade de conhecer uma garota muito especial. De rara beleza mesmo. Em todos os aspectos. Mais do que a beleza física, de rara inteligência e sorriso cativante. E também tinha muito bom humor. Os olhos eram vivos, cintilantes.

A questão é que fiquei pensando: hoje em dia é tão difícil as pessoas “se encantarem”, como diria Guimarães Rosa. Não entendo esse negócio do ficar. Acho que por isto os jovens muitas vezes são tão imaturos. Ninguém tem paciência de construir nada. Depois querem que o casamento dure... Querem construir o “pra sempre” “ajuntando momentos”. É o que eu penso: é capaz de ter muito namorado ou namorada que nem conhece a comida preferida do outro. Aliás, é o mal do nosso tempo: a pressa. Pressa de se "encantar". Mas encantamento é sinônimo de tempo.

O que se constrói depressa tem grande chance de esvair-se da mesma forma. Por isto a conversa, o olhar, o sorriso, tudo deve e-s-p-a-l-h-a-r – se. Como assim ? O seu sorriso não acaba no sorriso. Ele “espalha-se” quando fica gravado na retina do outro. Quando todo mundo se recorda dele pela semana afora. A pressa não é só inimiga da perfeição. É inimiga do coração.

P.S.: continuo acreditando que existe música para tudo. A música compõe a matemática do Universo. Ao ligar o rádio na volta pra casa tocava esta música dos Strokes.

12:51 - The Strokes

Talk to me now I'm older

You friend told you 'cause I told her

Friday nights have been lonely

Change your plans and then phone me

We could go and get 40's

Fuck goin' to that party

Oh really, your folks are away now?

Alright, let's go, you convinced me

12:51 is the time my voicefound the words I sought...

Is it this stage I want?

The world is shutting out... for us

We were tense for sure

But we was confident...

Kiss me now that I'm older

I won't try to control you

Friday nights have been lonely

Take it slow but don't warn me

We'd go out and get 40's

Then we'd go to some party

Oh, really your folks are away now?

Alright, I'm coming...

I'll be right there...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Lance de Correr

Comecei a correr há cerca de um ano. Nunca havia me imaginado correndo. Ou melhor: havia. Mas era algo distante. Isto não porque não seja afeito a praticar esporte, mas porque tinha a falsa idéia de que correr exigia grande resistência ou condicionamento extraordinário. Ademais, correr me parecia algo muito chato. Impressão que logo foi desfeita.
Na verdade o hábito de correr veio por acaso. Um amigo estava determinado a emagrecer. Sabia que ele já emagrecera quase 30 quilos e que fazia caminhada. Todo mundo estava impressionado com a determinação dele e ele dizia que queria ir mais longe. Foi quando ele partilhou comigo e outro amigo em comum que ele estava começando a correr. No entanto, dizia que correr sozinho era muito chato e perguntou se não quereríamos correr com ele. Nós topamos (mesmo pensando que aquilo não passaria daquela conversa). E qual não foi minha surpresa quando em uma segunda-feira (justo nela) estavam os três no horário e local marcados. Agora não tinha mais jeito. Se déssemos pra trás seria mico. Começamos a caminhar, conversando sobre futebol (um zoando o time do outro), quando o “ex-gordinho” ( como começáramos a chamá-lo maldosamente) propôs que começássemos a dar um "pequeno trote”: – Podemos alternar entre corrida e caminhada ( disse ele). Não custava nada tentar. Assim corríamos uns dez minutos e andávamos outros dez. No final daquela corrida, todo mundo tava com a língua na altura dos joelhos e jurando não repetir a experiência.
Isto foi há cerca de um ano. Hoje corremos uns quarenta minutos “sem chororô”. Nos orgulhamos disso. Às vezes até brincamos dizendo que o “Projeto São Silvestre” logo será possível. Creio que não esteja tão distante assim. O que nos falta é uma orientação profissional. Afinal não temos preocupação com a nutrição e acompanhamento médico. Confesso que somos até mesmo irresponsáveis em praticar corrida sem qualquer orientação médica. Mas o fato é que me apaixonei pela corrida. É que há algo “viciante” nela. Talvez a sensação de liberdade, os hormônios promotores de bem-estar. Quando se corre todo o “stress” vai ficando para trás. Muitas vezes quando estou com a cabeça cheia em casa, lembro-me logo da corrida. Pego o par de tênis e vou pra rua. Durante a corrida parece haver somente você no mundo. Tudo o mais vira paisagem: as pessoas, os carros. O “stress” não te alcança. Em certos momentos parece se estar em êxtase. Tanto é, que muitas vezes só se sente dor após horas do término da corrida. Dá um “barato” correr. Não consigo me imaginar hoje sem a corrida.

domingo, 13 de setembro de 2009

O Mundo dá voltas ... cuidado pra não ficar tonto ...

Fala sério ! Tem coisa pior que a auto-ajuda ? Ler livro de auto-ajuda pra mim é como escutar música tecno em velório. Vejamos: se você está na pior, é porque precisa de ajuda. E ajuda externa. Se soubesse “se ajudar”, não estaria na pior (what?). Confuso não ? Contudo menos confuso que um livro de auto-ajuda.
Nunca gostei de expressões como “pensar positivo”, “potencial pessoal” e coisa que o valha. Soa auto-suficiente, impetuoso... pelo menos pra mim. Penso que a melhor auto-ajuda (literariamente falando) é a leitura dos clássicos: Shakespeare, os contos dos irmãos Grimm, Andersen... Dali se tiram lições sobre a vida e a alma humana. O resto... bem, o resto é o resto. É o que está aí: uma enxurrada de livros sobre todos os assuntos. Agora compreendo Schopenhauer (filósofo alemão), que ainda no século XIX, quando a imprensa não tinha o desenvolvimento atual, já se alarmava com a quantidade de livros publicados. Em seu livro “A Arte de Escrever”, ele externa a sua preocupação com a quantidade de publicações lançada pelas editoras em sua época. Pobre Schopenhauer! Imagine se vivesse nos dias de hoje... sua estupefação seria infinitamente maior.

Voltando ao tema publicações de auto-ajuda: nunca gostei de da postura de guru, tipo “faça isso, faça aquilo”. Penso que a literatura deve sempre dar margem para que o leitor crie livremente, interprete, participe da compreensão do texto. Este é o mal que assola a literatura e também o mundo acadêmico: a resposta pronta, sem margem para questionamentos. O problema é que a maioria dos leitores são “infantis” quanto a esta concepção. Ou seja: não querem algo que exija demais. O livro de auto-ajuda é assim: não deixa margem pra sua imaginação. É uma coisa um tanto fascista. Como se o autor disesse: - “siga a minha receita seu bossal, sem questionamentos e serás bem-sucedido”. Já vem a receita pronta. Basta engolir ( não precisa nem mastigar).

O gênero auto-ajuda parece se tratar de uma tentativa de materialização de muitos ditados que ouvimos desde a infância. Do tipo: “quem ri por último ri melhor”, “nada como um dia após o outro”, e outros que denotem superação ou que “há uma luz no fim do túnel”. Quanto a este último ditado costumam brincar que “o problema é se esta luz for um trem vindo em sua direção”. Penso que o espírito está meio deturpado... O que esses ditados queriam passar é a necessidade de levar a vida com seriedade... mas não tão a sério. Afinal, “o tempo é o melhor remédio” – e é mesmo – contra qualquer angústia. O problema é que muitos hoje se agarram na idéia de que “o mundo dá voltas”, e ficam qual cão atrás do rabo... esperando alcançar o que já está há um palmo de si. Esquecendo do essencial ( pois “o sucesso” não é tudo, e é relativo). O mundo dá voltas... mas há que se ter cuidado para não ficar tonto ! Ou descer sempre no mesmo lugar.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Eufemismos

Não entendo certas expressões na linguagem corrente. Sei que elas estão por aí e “tals”... mas para quê ? São os famigerados eufemismos. Sei que no convívio social não se pode falar a seco. Afinal não somos robôs. Temos sentimentos. Compreendo até mesmo a caridade de tentar poupar o outro de certas “verdades”; ou ainda de notícias desagradáveis. Mas creio que tornou-se um vício da linguagem atual. Invadiram nossos períodos (lembram-se das aulas de Português ?). Pois bem... creio que isto é uma realidade pós-moderna, resultante do que chamo “a Ditadura do Politicamente Correto”. Como se todo mundo fosse de açúcar e não pudesse escutar nada que “entre arranhado nos ouvidos”, ou que arranhe a sua vaidade. Todo mundo sensível demais. Tolerante de menos.
Isto começou há umas duas décadas, mais ou menos. Influência da contra-cultura e da boa intenção, representados pela então preocupação ecológica e ambiental. Mas soam estranho algumas expressões, que parecem ter a pretensão de atenuar o que não é passível de se atenuar. Surgiu uma expressão que me confunde no meio médico: “ o Fulano teve óbito” ... Como assim?!! Ele MORREU ! “ EME”- "O" – “RE" -"U”. Não dá pra amenizar isto. E mesmo que desse, de que adiantaria ? Seria menos dolorido ? Quanto ao termo “teve óbito”... como assim TEVE ? A-há ! “- Então isto é algo reversível? – "Vai ressuscitá-lo doutor ?...” - posso imaginar. Que eu saiba pode-se ter sarampo, gripe, fratura... mas óbito ? Ninguém "TEM" óbito. Óbito é a maior expressão do não ter: deixa-se de ter vida !
Outro termo que também me confunde, e que caiu no gosto dos adolescentes é o “MEIO QUE”. Agora para explicar qualquer situação a meninada emenda um “MEIO QUE”. Já ouvi dizerem: - “a minha mãe meio que adoeceu”... Como assim ? Ela adoeceu do umbigo pra cima ou do umbigo pra baixo ? Compreendo que talvez se queira expressar que a doença não seja tão grave. Ou que talvez não seja nada sério. Mas é difícil este tal de “MEIO QUE”.
E existem centenas de outro exemplos: não se pode mais dizer gordo. Gordo não ! É "obeso", "com sobrepeso"... Aleijado não pode ser mais “aleijado”. Foi deficiente físico. Agora já é “portador de necessidades especiais”. E depois ? Provavelmente vamos chamá-los “pessoas-com-dificuldades-motoras-advindas-de-fatores-extrínsecos-decorrentes-de-acidentes-automobilísticos-e/ou-similares” ? - Ufa ! Concordo que o termo “aleijado” seja pejorativo. No entanto creio que a ofensa esteja mais presente na entonação, muitas vezes, do que na palavra em si. “Deficiente físico” já é suficientemente esclarecedor. Não precisa inventar mais. Nos últimos tempos vimos ladrão se tornar delinqüente. Até os bandidos gostaram da brincadeira e alguns traficantes do Rio de Janeiro auto-denominam-se “comerciantes”... Pode ? É... não deixam de o ser ! Dou uma sugestão melhor: podem se auto-denominar “fornecedores-para-legais-de- substâncias-potencialmente-entorpecentes-não-aprovadas-pela-legislação-vigente-ainda”. Ah, vai te catar ! Não consigo ter que falar como se estivesse “pisando em ovos” o tempo todo. Então para terminar com essa “bagaça”, antes que este texto vire uma zorra, vou finalizar esse babozeira de m... antes que o leitor fique de saco ch.. dessa p...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As padarias serão dormitórios um dia ?

Hoje tomei café na padaria. O fato é que hoje eu apelei. Acordei e pensei: não vou fazer café porque não pode por açúcar (por causa da glicemia da mamãe). Olhei no armário: meio pacote de biscoito água e sal ( nem pra ser cream cracker !). Dei um giro de 360º pela cozinha: na fruteira só banana e laranja. Abri a geladeira: ovos. Pensei comigo: dava pra fazer uma omelete, mas não tô a fim. Hoje não. Não é possível que não tenha nem uma fatia de presunto de peito de peru ! O negócio é comer na rua mesmo... o tempo que vou levar pra fazer o omelete é o mesmo pra comer na padaria.
E padaria hoje é mais concorrida que o “point” da “happy hour”. Há poucos anos pra mim isso seria impensável. Quando garoto, padaria servia apenas pra gente comprar pão, leite ou uma farinha de trigo quando a mãe pedia. Hoje ela é lanchonete, loja de conveniência, restaurante. O pessoal do serviço se encontra lá. Quase ninguém toma café em casa mais. Tem o horário do ônibus... tomar café na padaria acabou sendo mais prático. Sai mais caro, é verdade. Mas a vida moderna roubou o direito do sentar-se à mesa, saudar a família com um “bom dia !”. Dava pra tomar café em casa se eu não tivesse que entrar às 07:00. Tudo bem que meu pai é meu patrão, mas eu não tenho privilégios. Em casa sou eu que passo o café. Não dá pra comprar pão porque não tem padaria por perto. Bairro novo ... parece uma roça. Dessa forma, melhor aproveitar o tempo que se gastaria em ir e voltar da padaria e tomar café perto do serviço.
Lá pelas três da tarde tem a pausa pro café do pessoal. Aí são mais uns quinze minutos na padaria. Se se pensar que pela manhã já passei outros quinze minutos lá e de tardezinha ainda vou passar por lá para levar algo pra casa. Se calcular, passo no mínimo uns 45 minutos na padaria. Por dia. Se almoçasse lá, seria mais de uma hora. Então fico pensando: poderia ter um cantinho para tirar uma sesta na hora do almoço ! Já tomo café por lá, quando tem comida no quilo, almoço por lá ... se tivesse um cantinho pra um cochilo seria perfeito ! Poderiam aproveitar e instalar duchas individuais em banheiros pagos. Já tem padaria que é “lan-house”, café, lanchonete, sacolão... Falta o quê mais ? Dormitório ! Padaria-dormitório ... não seria legal ? Você sairia de pijama, direto pro café. Depois se trocaria e atravessaria a rua: direto pro trabalho. Tristeza é chegarmos a tal ponto. Tudo em detrimento do convívio familiar. Não me conformo em passar mais tempo fora de casa do que nela. Dá saudade do tempo em que a mãe preparava a lancheira do colégio enquanto as crianças tomavam o seu achocolatado calmamente e brigavam: “- você pegou um pedaço maior que o meu !”... e depois todo mundo saía junto ...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A Globo é mais eficiente que a CIA

Nas últimas semanas o Brasil repentinamente viu toda a imprensa noticiar que o cantor Belchior havia “evaporado”, se “vaporizado” há mais ou menos um ano. Interessante a imprensa só “perceber” o sumiço do cantor agora. Talvez já tivesse sabido antes, mas por falta de matéria em pauta, resolveu noticiar. Também denota o quanto o Brasil tem memória curta. É certo que Belchior nunca atingiu o status de estrelato de um Roberto Carlos ou o apelo popular da Ivete Sangalo. Mas tem a sua cadeira cativa na MPB.
Pois é... não é que a Rede Globo encontrou o homem no Uruguai ? Putzgrila ! O cara tava lá “tranquilo, tranquilo” nos pampas uruguaios e vem uma repórter pentelhar o cara ! A Globo encontra todo mundo ! O pessoal da Polícia Federal poderia fazer estágio por lá... Me recordo que o repórter Roberto Cabrini ( hoje na Record ) foi quem encontrou o PC Farias ( nem a Interpol conseguiu). Agora a Sonia Bridi encontra o Belchior... Coloca esse pessoal na cola do Bin Laden, pô ! São que nem cães perdigueiros ! Mas o Belchior também hein... nem pra tirar o bigode ! Se realmente não queria ser encontrado, deveria saber que o bigode denuncia logo.
O caso é o seguinte: se realmente Belchior resolvesse “dar um perdido” e sumir por uns tempos, isto não seria uma questão de foro íntimo ? - claro, se não houvesse contratos a cumprir. Comecei a pensar: Eu mesmo ( e creio que metade da humanidade) já pensei em sumir, “me pirulitar”, escafeder-me em algum momento. Se pensarmos bem, quase todo mundo faz isto em um feriadão: tirar férias de tudo e se embrenhar no mato para pescar ou ir para um sítio ou mesmo o litoral. Quanto às supostas dívidas ( se existirem realmente ), os credores certamente já estariam na cola do cantor.
E a repórter da Globo perguntou pro Belchior: - “ Mas o que você ta fazendo aqui no Uruguai ?”. Se fosse eu não deixaria por menos e responderia: - “ É que entrei para um grupo de esquerda e to planejando seqüestrar repórteres” (he, he)... Imagina só a cara dela... No início o Belchior resistiu em falar com a tal repórter, mas cedeu. Parecia feliz e dizia desconhecer o alvoroço que seu sumiço causou no Brasil. Coitado... ferraram a paz do cara. Se fosse comigo, da próxima vez me escondia no Himalaia. Ia pedir abrigo pros monges budistas.
E o pior é que a internet superdimensiona tudo. Sabe aquela jogo “Aonde está Wally?” Pois é... criaram o “Aonde está o Belchior ?” . E os blogs também não perdoaram: o Danilo Gentili ( do CQC) teve a melhor tirada. Ele disse que Belchior não poderia ter ido muito longe afinal (...) “é apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no Banco” (...) e sabe-se que ele (...) “tem medo de avião” (...).
Se a CIA fosse eficiente como a "Rede Groba" imagina só que maravilha ! Já teriam granpeado todos os terroristas da "Al Qaeda", descoberto quem matou John Kennedy (como se não soubessem) e revelado se os extra-terrestres realmente estão entre nós. Só não conseguem comprovar as acusações contra o Bispo Macedo ( não se sabe se por falta de vontade ou de provas). Ah "Rede Groba", deixa o Belchior em paz !

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Médico e o Monstro

Os recentes episódios acompanhados com perplexidade por toda a sociedade brasileira na última semana surpreendeu a todos. Mas não a mim inteiramente. Não escondo que apesar de não ter tido uma criação religiosa, mais tarde, no início da minha juventude, aderi à fé católica. E isto explicará porque não estou surpreso com o caso do Dr. Roger Abdelmassih. Quanto mais estudo e leio sobre filosofia e moral, mais compreendo e abraço a moral católica. Inclusive no campo da ciência. É sabido que a Igreja sempre condenou a fecundação in vitro e a manipulação de embriões. Então como sempre, foi acusada de “obscurantista”, “retrógrada” e outros adjetivos mais. Quero deixar claro que ser um crente não significa ser bitolado. Pelo contrário: quem crê tem maior obrigação de estudar e aprofundar-se, para que sua fé não seja pueril, fundamentada em sentimentalismo e receba a luz da razão, que é o bem maior com o qual Deus nos presenteou.
O fato da Igreja se contrapor à fecundação in vitro não é por simples "picuinha". Tem um argumento teológico válido (mesmo que não se concorde com ele). Esclareço: eu posso não ser muçulmano, mas posso compreender o fato de eles jejuarem no mês do Ramadã, desde que procure entender as motivações. Compreender não significa concordar. A Igreja quer que se compreenda o seu posicionamento. Concordar ou não é questão de convencimento pessoal. Mas não se pode impedir a Igreja de colocar o seu posicionamento acerca do tema.
O que compreendi a respeito da moral católica quanto ao tema foi o seguinte: Deus como criador, tendo criado o homem “ à sua semelhança”, concedeu-lhe também o poder de “criar” vidas (poder que Deus poderia ter querido somente para si), dotando os dois sexos (homem e mulher) de gametas. Daí podemos inferir que ele quis que a reprodução fosse algo “cooperativo”, unitivo. Ou seja: não quis que o ser humano tivesse o poder de reproduzir-se sozinho ( o que poderia tornar-se um ato puramente egoístico). Quis que algo de tal grandiosidade estivesse inserido em um momento de prazer, partilhado entre duas pessoas. Este foi o plano de Deus. Por isto a Igreja entende que quando uma terceira pessoa intervém neste momento sagrado ( a concepção de um ser humano) isto feriria a dignidade da pessoa humana e distorceria o propósito original de sermos seres sexuados.
Daí o perigo em se manipular embriões e gametas (óvulos e espermatozóides). Não se sabe certamente qual o caráter daquele que manipula e quais os seus reais propósitos. A paciente está em uma posição muito frágil em relação ao médico/cientista. Ela é mera espectadora (assim como o pai), num processo em que deveriam ser autores (condição colocada pelo criador).
Contudo pode-se questionar: - Mas e as mulheres estéreis, não têm direito à maternidade ? O que eu posso dizer é o seguinte: o que seria maior ? O direito à maternidade ou a dignidade do seu próprio corpo e da criança que vai ser gerada ? Até que ponto vale a pena submeter a vida ao arbítrio de um único profissional, mesmo que seja “Doutor” ?
O acontecido nos faz lembrar a estória publicada no final do século XIX pelo autor inglês Robert Louis Stevenson e imortalizada pelo cinema. Nela o Dr. Jekyll dava lugar ao monstro Mr. Hyde em meio a suas “experiências” científicas. Sei que é temeroso se julgar qualquer fato rapidamente, mas os depoimentos de dezenas de mulheres indicam a culpabilidade do médico. Me impressionou particularmente o depoimento de uma delas ao canal “Record News”. A paciente diz ao repórter que ao despertar da anestesia, ainda sonolenta, percebeu que o médico estaria “ofegante e com o semblante meio eufórico, com uma expressão de poder” – palavras dela. Ora, se for isto verdade, configuraria um desvio grave de comportamento ( ele sentiria prazer por poder abusar destas mulheres num estado tão indefeso). A entrevistada também o comparou ao maníaco do parque e disse que aquele era "menos covarde" ...
Nenhuma outra profissão confere uma proximidade tão grande do poder criador, de status de divindade como a profissão médica. Entendo que muitas vezes este “poder sobre a vida e a morte” – e ultimamente sobre a concepção da vida – pode conferir a idéia de que ele é quase um ser sobre-humano. Algumas pacientes do Dr. Roger dizem que ele não gostava de ser questionado acerca de sua metodologia. Respondia geralmente que elas não deveriam se preocupar, pois a questão técnica estava a cargo dele. E como poderiam questionar alguém que não era somente um grande médico, mas era um dos mais renomados da reprodução assistida ? Seriam presas fáceis.
Outro médico “famoso” que me veio à mente foi o Dr. Joseph Mengele (aquele mesmo – o nazista). Sabidamente os nazistas foram os primeiros a interessar-se pela manipulação genética e experiências do gênero. O programa Lebensborn transformava milhares de jovens alemãs em simples “reprodutoras da raça ariana” Em honra ao Führer, eram insentivadas a terem relações com oficiais do exército e darem à luz a crianças “genuinamente arianas”, que seriam o orgulho do Reich.
Hoje, no meu entendimento, temos dezenas de “Josephs Mengeli” espalhados pelos quatro cantos. Utilizando mulheres como cobaias. Claro que a justificativa parece mais nobre: realizar o sonho de ser mãe. Mas nunca se sabe ao certo o que pode acontecer em uma clínica em que se manipula o material genético de centenas de pessoas. Por mais ético que seja o profissional, a pressão para que se alcance resultados imediatos pode ler ao cometimento de aberrações. Soube-se por exemplo que o Dr. Roger Abdelmassih teria “turbinado” os óvulos de suas pacientes. Isto consistiria no seguinte: o médico injetaria o citoplasma de uma paciente mais jovem no óvulo de outra paciente mais idosa, para que o óvulo tivesse mais possibilidade de ser fecundado. O problema é que o futuro bebê acabaria com a carga genética de três pessoas diferentes. E a Medicina não sabe ainda quais as conseqüências disto. Em suma é isto: um louco bem instruído é muito mais nocivo que um louco de rua...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Joseph e o chuveiro

Joseph pulou da cama pela manhã, como de costume. Dirigiu-se ao banheiro, como de costume. Para tomar sua ducha. Era inverno, início de agosto. Joseph ligou o chuveiro: estava desligado. “Só pode ser a mamãe” – pensou. Mais uma vez estava certo. A mãe de Joseph sempre desligava os chuveiros dos outros banheiros da casa: a casa tinha 04 banheiros, mas a mãe de Joseph queria que todos usassem apenas um. - “É porque dá muito trabalho limpar todos estes banheiros” – dizia a mãe de Joseph. Muito justo: tentar poupar o trabalho de limpar tantos banheiros. Mas Joseph sempre questionava: - Pra que tantos banheiros se não se pode usá-los ? Se são “de enfeite” ? - como dizia à sua mãe. Mas o que mais irritava Joseph era o fato de o melhor banheiro, aquele com "aqueeela" ducha italiana, ficar interditado: era o banheiro das visitas. Caramba, que desperdício ! O melhor banheiro da casa só era aberto para visitas ! E visitas muito esporádicas (a irmã de Joseph e o cunhado, que vinham duas vezes por ano).
Visitas eram esperadas ansiosamente por Joseph. Quando havia visitas ele comia bem, se banhava bem (naquela ducha italiana). Enfim: com visitas ele se fartava. Joseph não era contra a idéia de se conservar as coisas, desde que conseguisse usufruir das mesmas. Não fazia sentido passar desconforto para conservar um bem. É como deixar de comer hoje... para comer mais amanhã. O que irritava Joseph não era o rótulo “para visitas”, mas o rótulo “só para visitas”. É um tanto incerto: visitas sempre vinham, mas não se sabia quando ao certo (redundância).
Quando havia visitas na casa, parecia que o mundo preto-e-branco em que Joseph vivia se coloria. A casa se enchia de cheiros e de cores. Sempre era Natal nestas ocasiões. A sua mãe voltava a ser a grande cozinheira, a melhor que fora um dia. As sobremesas, o lanche, tudo se tornava delicioso novamente. Mas bastava as visitas partirem para todos os banheiros serem “selados” novamente. Principalmente o da ducha italiana. A comida voltava a não ter sabor. Não havia mais sobremesa.
Joseph não podia concordar com isto. Ele não concordava com esta “usura pelas coisas”. Parecia sem sentido para ele. Afinal, de que adiantava possuir tantas “dádivas” se não se podia usufruir delas ? Joseph se recordava de quando era criança: sempre havia a roupa que não se podia usar. E o sapato “para ocasiões especiais”. Às vezes os dois. Joseph uma vez teve um sapato que usou somente em uma ocasião. Joseph cresceu e o sapato ficou lá ... intacto. Estupidez – pensava Joseph. A casa de Joseph era cheia de objetos “intocáveis”: a porcelana do casamento, taças de cristal ótimas para se tomar um bom vinho ( nas quais ninguém nunca bebia). Tudo estupidez para ele. “Frescuragi”. “Um dia vou tomar café numa taça de cristal” – pensava Joseph. Seria uma grande heresia.
Voltando ao chuveiro: Após pular da cama, ele ligou o chuveiro do banheiro 1: desligado. Pensou: não pode ser pra poupar energia, seria muita frescura ! Foi pro chuveiro 2: desligado. Lembrou-se do chuveiro do barracão... Atravessou o quintal na manhã fria e tomou a ducha como queria. Não era a ducha italiana,mas pelo menos era quente. – Maluquice (pensou consigo). Um frio de rachar e saem desligando todos os chuveiros... tem criança nesta casa ? É molecagem ! A sua mãe justificava: - “ é que a água é calcária meu filho, a resistência queima ...”. Que paradigma ! Qual a solução para o encrostamento de calcário na resistência do chuveiro? R: Tomar banho gelado até no inverno. Fantástico ! Seguindo este raciocínio, se você corta o dedo ... deve amputá-lo, pois comprar “band-aid” daria muito trabalho... Joseph tinha acordado até feliz e bem disposto. Achou que iria trabalhar bem aquele dia. Ia...
Depois tinha o café... sem açúcar: a mãe de Joseph tinha problema com os seus níveis de glicose. Por isto mesmo Joseph preferia tomar café na rua. Café “pós-adoçado” não parecia o mesmo para ele. O bolo da mãe de Joseph também já fora o melhor do mundo. Agora “esfarelava” por falta de gordura, de manteiga. Se fosse classificável seria “light até o osso”.
A mãe de Joseph sempre observava que ele antigamente comia mais, “parecia até mais forte”. E que agora andava mais magro. Joseph respondia: - também “pudera” ! A senhora podia abrir um restaurante. Já tenho até o nome: “Comida de Hospital Ltda”. Era cruel, eu sei. Mas este era o desabafo de Joseph...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Joseph e o espelho

Joseph acorda e se olha no espelho:
- Quem é você ?
- Me responda você, que apareceu depois que liguei a luz.
- Então... acordou agora ?
- De onde você saiu ? Tava escondido no escuro ?
- Nunca ouviu falar em refração da luz não é vagabundo ?
- Que intimidade é essa comigo ?
- Digamos que já nos conhecemos há um bom tempo...
-Vou te dar porrada...
- Já vi atravessarem desertos... mas espelhos ?!
- Por que ainda fala comigo ?
- Uai, e tem mais alguém aqui ?
- Não. Só você seu mala !
- Então... você sou eu ?
- Não. Eu sou eu. Você é você...
- Ah, vou voltar a dormir, ta enchendo o saco.
- Din-don ! Cê ainda ta dormindo ô animal...
- Despertador barulhento do caramba !

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ah, não seja chato !

O caso é o seguinte: aquilo que mais me incomoda são os incomodados com a vida alheia (? se me incomoda eu também não sou um incomodado?). É aquela gente que diz: "por que não faz isso ?”, ou: “por que não faz aquilo ?" ... Não me refiro aos que sinceramente buscam ajudar. Mas aos que se arrogam “sabichão-mor-intergalático-com-procuração-pra-dar-pitaco. Devem estar com a vida ganha ( é só o que se pode deduzir). Pode parecer mal criação, mas... não tem ninguém mais pra “cornetar” e escolhe a gente...
O fato é que não se pode ficar sozinho com um “chato”. É fatal. Ele vai começar a dar pitaco para a primeira pessoa que ver à frente ( no caso você). Ficam incomodados: se você corta o cabelo, se não corta o cabelo; se estuda demais, se estuda de menos; se dorme cedo “demais” ou “muito tarde” (claro, tudo dentro dos parâmetros deles, subjetivíssimo).
Pior que conviver com um “chato”, é conviver com ele dentro de casa. Aí não tem como escapar. A saída é “olhar fixamente para o nada” e fingir que está escutando, até a cantilhena parar. Não adianta tentar interrompê-lo: o chato não tem o tal aparelhinho “desconfiômetro”. Isto porque todo chato é ególatra. A sua visão de mundo parte dele e nele se encerra. O outro é apenas um acidente geográfico, paisagem. Vou dar um exemplo:
O chato diz: - Acho que você deveria fazer natação...
Você responde: - Eu tenho o ombro deslocado ! (ele nem te escutou)
Então ele continua: - Porque natação é o melhor esporte...
Você pensa: "Esse vai ser difícil !" ( pegando no ombro).
O chato de novo: - E esporte é saúde, né mesmo ?
Você retruca: ÔÔÔ !, (pensando): - "Eu tenho o om-bre-o-bró des-lo-ca-de-o-dó "
E o chato: - Eu te indico uma academia ótima ... vou até te dar o cartão ...
Você pensando: - "Aaaaaaaaaaaa"!!! ( alguém atira em mim )!
Percebeu? Ele nem te ouve !O chato não ta nem aí pra você, ele só quer derramar a sua “opinatividade” (ops, esse sou eu ?) sobre o mundo. Ele enxerga o outro como um “terreno árido e pedregoso”, que precisa da sua “chuva de idéias salvíficas”.
Não quero pretensamente defender a tese “ se conselho fosse bom não se dava, vendia-se”. Isto seria muita ignorância minha. Atenção chatos: HÁ MOMENTO OPORTUNO PRA TUDO. E o chato parece escolher sempre o menos oportuno ! Exemplo? Aquele cliente que só liga no finalzinho do expediente. Ele certamente sabe que o pessoal ta saindo... mas cê pode esperar que ele liga faltando 5 minutos e pede uma série de coisas “tudo urgente” (por que não ligou mais cedo então seu afsafsafs ?)
Mas também tem o chato “gente boa”. É aquele sem maldade nenhuma, tadinho ! Tem bom coração, só lhe falta a noção, compreende ? A tia “Esbroubous” é assim (não vou entregar, né ?). Sempre tem uma receita pra tudo. Mas é meiga, menos mal. Espirrou ao lado dela ? Ela já saca uma cartela de aspirina da bolsa e começa: - Sabe que que é bom pra tosse ? Abacaxi com hortelã ! Então pergunta: - Quer que eu te dê a receita ? E antes de você responder, já emenda: - é só pegar o abacaxi, descasc ... Se você interromper, corre o risco dela começar a explicar tudo de novo. Melhor escutar...
Mas voltando ao chato “sabichão-mor-intergalático-com-procuração-pra-dar-pitaco” : infelizmente conheço um. É aquele que conhece tudo melhor que todo mundo. Em sua modesta opinião: o pedreiro não sabe levantar parede, o padre não reza a missa direito ... resumindo, sua frase é: “EU FARIA MELHOR”. Ele é ultra-mega-hiper polivalente. Faz qualquer coisa melhor do que o especialista. Pois é, talvez eu esteja me tornando um desses... mas é tudo culpa do tanto que eu fui “pentelhado” durante a vida.... principalmente pelo Senhor, viu pai ?? !!! Putz ...

The World Is Full of Crashing Bores ( O Mundo está Cheio de Gente Muito Chata) Composição: Morrissey

You must be wondering how ( Você deve estar se perguntando como )

The boy next door turned out ( O garoto da porta ao lado apareceu )

Have a care ( Tome cuidado )

But don't stare ( Mas não olhe fixamente )

Because he's still there ( porque ele ainda está lá )

Lamenting: (Lamentando: )

"Policewomen, policemen, silly women, taxmen ("Policial feminina, policial, mulheres bobas, tributaristas )

Uniformed whores (prostitutas de uniforme )

They who wish to hurt you (Eles, que querem te magoar )

Work within the law ( Trabalham dentro da Lei )

This world is full ( Este mundo está cheio )

So full of crashing bores (Completamente cheio de gente muito chata )

And I must be one (E eu devo ser um )

Cos no one ever turns to me to say (Porque nunca ninguém se vira para mim e diz )

'Take me in your arms ( Me tome em seus braços )

Take me in your arms ( Me tome em seus braços )

And love me'" ( E me ame )

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Last Night I Dreamed...

O que é amor romântico? Ele existe ? Então se for assim porque não se casa com a primeira namorada ? Maldita “Síndrome de Morrissey”. Vai e volta, é assim: o coração começa a se abrir, amolecer, aí vem o superego “Morrisseyniano” e diz:
- Superego: e o propósito de celibato hein ? vai ter recaída, seu frouxo ?
- Ego: Não! Não ! Tá de pé. São as mulheres que atormentam o juízo. Droga, droga, droga ! Por que os piores venenos estão nos frascos mais bonitos ?
- Superego: Pois é, pois é... Então ? Assunto encerrado ?
- Ego: Mas tem dado certo por aí...
- Superego: E tem dado muito errado também...
- Ego: É orgulho seu, cara! Não pode ser assim: “apelei, tô fechado pra balanço”...
- Superego: E por quê não pode ? Se você quiser pode ser assim, sim. Imagina só: uma vida sem essa "frescuragem", com tempo livre pra coisa mais "útil" do que essa ditadura romântica... o homem tem que ser livre. Li -vre !
- Ego: Se fosse simples assim... Mas é um inferno. Cê sai pra dar uma corridinha, fazer um cooper ... e topa justo com tão singela criatura. Precisava ser tão bonita, precisava ? Precisava caminhar na minha pista de cooper, desfilando sua cabeleira negra ? Precisa ter aquele sorrisão ( e é o que ela tem de mais irresistível) ? Eu tento, tento não pensar "Seu" Superego, mas ta difícil cara !
- Superego: Eu vou te falar com cê, viu... Já ta quase me convencendo. Você tá chato demais de uns tempos pra cá. Essa indecisão, essa birra com a vida, com as mulheres. Tô quase me rendendo ao inimigo e mandando cê mergulhar de cabeça. Só pra esperar você se estrepar ! Elas dizem que os homens são todos iguais... mas são elas que são todas iguais !
- Ego: Vamo deixar como está pra ver como é que fica... Relax, man. Por que você faz de tudo uma operação de guerra ? Uma decepção não pode te deixar recalcado pro resto da vida. Não é justo com você !
- Superego: Não é justo é passar por decepção de novo. Eu me nego, me nego, me nego. Como é que se diz ? “Errar é humano, repetir o erro é burrice” ? Então.... não seja burro !
- Ego: Nós temos que fazer as pazes, senão esse cara vai pirar ...
Last Night I Dreamed That Somebody Loved Me - (Noite Passada Eu Sonhei Que Alguém Me Amava) -
música: The Smiths
Last night I dreamed (Na noite passada eu sonhei)
That somebody loved me (Que alguém me amava)
No hope, no harm (Nenhuma esperança, nenhum dano)
Just another false alarm (Apenas mais um alarme falso)
Last night I felt (Na noite passada eu senti)
Warm arms around me (Braços de verdade me envolvendo)
No hope, no harm (Nenhuma esperança, nenhum dano)
Just another false alarm (Apenas mais um alarme falso)
So, tell me how long (Então me diga, quanto tempo passou)
Before the last one? (Antes da última pessoa?)
And tell me how long (E me diga quanto tempo passou)
Before the right one? (Antes da pessoa certa?)
The story is old - I know (A história é velha - eu SEI)
But it goes on (Mas continua)
The story is old - I know (A história é velha - eu SEI)
But it goes on (Mas continua)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ado, A - Ado, É Bate boca no Senado

E o bate-boca no Senado ??!! O que é aquilo “mermão” ? Mas tudo dentro da mais alta “crasse”. Afinal estamos tratando com verdadeiros cavalos.... eh, cavalheiros, perdão. Lá em casa tem TV Senado. É o canal preferido do meu pai. Todo final de noite fica ele lá, assistindo. Sempre recorda que o Senado é a “casa de Ruy Barbosa” ( que foi senador) e em seu saudosismo sempre lamenta que hoje me dia não se fazem discursos " bonitos" como antigamente. De discursos bonitos o povo ta cheio. De baixaria também. Afinal, discurso não enche barriga nem tapa buraco em estrada... O episódio também me lembrou um quadro dos trapalhões, que assisti no “YouTube”. A cena é a seguinte: dois piratas estão em um navio e começam a discutir. Então o capitão intervém e diz: - Não quero mais briga e confusão em meu navio... se eu ver mais um quebra-pau, vou lançar todo mundo ao mar. Não dá pra discutir civilizadamente ? Neste momento os piratas levam tudo ao pé da letra e começam a “discutir civilizadamente”:
O Didi diz ao Mussum:
- “Caro colega, dar-te-ei um chute na poupança” ... e o chuta na parte trazeira.
O Mussum cinicamente responde:
- “Pois não, discordo de você, portanto tome-lhe esta bolacha” ...
E o Didi mais uma vez:
- “ O colega está sendo impertinente, esse me-ni-no !” ... e desfere um soco em outro pirata ...
Pois é ... o nosso Senado caminha mais ou menos neste “nível de civilidade”. Se o que ocorreu ontem não foi quebra de do tão falado “Decoro Parlamentar”, não sei mais o que seria. Engraçado... anos e anos de revanchismo e diferenças aflorarem assim, no momento em que se tocou um assunto tão “delicado”: a inocente prática do nepotismo, coisa que nunca se ouviu falar neste país, não é mesmo ? Afinal o que tem demais eu dar uma ajudinha ao namorado de uma neta ? Só um empurrãozinho ? Agora imagina se eu tenho uma empresa privada e começo a contratar toda a parentada ? Será que ela sobrevive ?
Sinopse da novela mexicana ( Jornal O Globo) - para quem perdeu o capítulo ...
Apenas um resumo do que foi o primeiro dia após o recesso parlamentar no Senado.
Round 1 – Pedro Simon (PMDB/RS) X Renan Calheiros (PMDB/AL)
Simon - Se o Presidente Sarney houver por bem renunciar à Presidência, tendo em vista a situação em que se encontra o Senado Federal, é um grande gesto dele; é um gesto que somará na sua biografia, porque o ambiente é tão imprevisível nas suas consequências negativas que essa ação de S. Exª será um ato que terá uma interpretação altamente positiva na sociedade brasileira. Se S. Exª não fizer isso, será o que Deus quiser.
Calheiros - Só lamento que o esporte preferido de V. Exª, nos últimos 35 anos, tenha sido falar mal do Sarney. Quando o PMDB indicou o Presidente Sarney para ser vice-Presidente de Tancredo Neves, desde aquele momento o senhor fala mal do Sarney, porque queria ser exatamente o candidato a vice-Presidente do PMDB.
Simon – Não é verdade. Duvido que V. Exª... V. Exª está inventando agora. É mentira!
Renan – Eu não estou inventando ... (...)
Simon – Eu recebo as afirmações de V. Exª com muita tranquilidade. Eu acho que V. Exª, como líder e como Presidente, é uma figura controvertida. Acho. E V. Exª diz que sou eu que mudo. V. Exª foi lá na China e fez o acordo com o Collor. Foi dos homens que estiveram com o Collor...Não, agora eu estou falando! Agora estou falando
Renan – E V. Exª vai continuar falando. Eu não me envergonho de nada que fiz, diferentemente de V. Exª...
Simon – Depois, na véspera do Collor ser cassado, V. Exª largou o Collor. Tchau, tchau!
AH, EU "TAZ" MALUCÔÔÔ !
Round 2 – Fernando Collor de Mello (PTB/AL) X Pedro Simon
Collor – ...as palavras que o senhor acabou de pronunciar são palavras em relação a mim e às minhas relações políticas, são palavras que eu não aceito.
Simon – Quais são, Presidente?
Collor – Eu vou lhe dizer. E são palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente. (...)
Collor – Ela (a mídia) não conseguirá retirar o Presidente José Sarney dessa cadeira. Não conseguirá; nem ela nem o senhor, nem quem mais esteja deblaterando, como o senhor deblatera, parlapatão que é, desta tribuna. Peço a V. Exª, com todo o respeito que V. Exª me merecia e como sempre o tratei que, por gentileza, evite pronunciar o meu nome nesta Casa, porque a próxima vez que eu tiver que pronunciar o nome de V. Exª nesta Casa, provocado por alguma palavra mal posta dessa tribuna, ou da sua poltrona, eu gostaria de relembrar alguns fatos, alguns momentos, talvez extremamente incômodos para V. Exª, mas que eu acho que seria de muito interesse da Nação brasileira conhecer.
Simon – Então fale, Senador.
Collor – Não falarei. Falarei quando eu quiser e achar oportuno. (...)
Collor – Mas lhe peço encarecidamente que, por favor, antes de citar o meu nome dessa tribuna, V. Exª engula, digira e faça dela o uso que julgar conveniente.
Simon – Muito obrigado.Sr. Presidente, eu volto a repetir: se vê pelo tom e pelas afirmativas o que acontecerá depois. O que acontecerá depois? Eu não sei!
AH, QUE ISSO !? ELES ESTÃO DESCONTROLADOS !!!!
ELES FALAM, ELES BRIGAM, ELES FICAM AGITADOS
ELES ESTÃO DESCONTROLADOS !!!